Ocorrência de rotavírus A e bocavírus humano em crianças com diarreia aguda na região Norte do Brasil durante 2015

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Teles, Suellen Moura
Orientador(a): Leite, José Paulo Gagliardi
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MS/SVSA/Instituto Evandro Chagas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://patua.iec.gov.br/handle/iec/6964
Resumo: As gastroenterites agudas (GA) são uma das doenças mais comuns encontradas na população, sendo ainda uma das principais causas de mortalidade infantil, com acometimento maior entre as crianças menores de cinco anos de idade. Dentre os diferentes vírus causadores de GA, destacam-se os rotavírus do grupo A (RVA) como sendo os principais agentes etiológicos associados a esta patologia e responsáveis por aproximadamente 215 mil óbitos em crianças desta faixa etária em todo mundo anualmente. Outro vírus que também se destaca como vírus associado a caso de GA é o bocavírus humano (Hbov), estudos recentes relatam que mais de uma espécie de Hbov infecta humanos, os quais estão fortemente denominados de Hbov-1, Hbov-2, Hbov-3 e Hbov-4. A espécie HBoV1 é encontrada principalmente em infecções respiratórias, enquanto as demais são associadas a casos de GA. O presente estudo objetivou determinar a ocorrência de RVA e HBoV em crianças com diarreia aguda na região Norte do Brasil durante o ano de 2015. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Evandro Chagas (IEC). No período de janeiro a dezembro de 2015 foram recebidos no IEC 203 espécimes fecais, dos quais 179 foram objetos deste estudo. Estas amostras foram submetidas à extração de ácido nucléico, ensaio imunoenzimático para detecção de RVA, Eletroforese em Gel de Poliacrilamida (EGPA) para as amostras positivas de rotavírus (RV), amplificação genômica e sequenciamento de nucleotídeos. Foi observada positividade de 13,9% (25/179) para o RVA e 17,3% (31/179) para o HBoV. Co-infecção envolvendo RVA e HBoV foi relatada em 24% (6/25) dos casos. O genótipo G12P[8] de RVA ocorreu em 92% (23/25) e o HBoV-2 em 59% (10/17) dos casos. A faixa etária de 0 a 6 meses foi mais acometida pelo RVA e infecções pelo HBoV foram mais frequentes na faixa etária entre 24 a 36 meses. Em relação ao estado de vacinação, 12 (11,9% 12/101) das crianças RVA positivas receberam pelo menos uma dose da Rotarix®. A partir do ano de 2010 o tipo G12P[8] apresentou-se emergente em diversas partes do mundo e estudos conduzidos no Brasil tem demonstrado a ampla circulação deste genótipo. No Brasil, existem poucos relatos sobre o HBoV associado aos casos de GA. Apesar da menor frequência (17,3%) de HBoV apresentada nesta análise quando comparada aos achados em Salvador, Bahia (42%), neste estudo foi relatada a coinfecção entre o HBoV e RVA. Este estudo reforça a ocorrência de RVA no contexto das GA, bem como propõe que investigações sobre o monitoramento contínuo dos tipos circulantes de RVA são de extrema importância, uma vez que tais análises permitem o esclarecimento do possível impacto de genótipos não usuais, principalmente aqueles que não estão presente na composição vacinal, pois esses podem interferir sobre a eficácia da vacina. Além disso, demonstra o papel do HBoV associado à diarréia grave, reforçando a necessidade de mais estudos para explorar o perfil epidemiológico desse agente no Brasil.