Aspectos espaciais e socioepidemiológicos da hanseníase e sua correlação com o índice de condições de vida em Belém /PA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Ribeiro, Elaine Cristina Cavalcante
Orientador(a): Guimarães, Ricardo José de Paula Souza e
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MS/SVS/Instituto Evandro Chagas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://patua.iec.gov.br/handle/iec/4411
Resumo: A hanseníase é uma das doenças mais antigas da humanidade, e ainda é considerada como um problema de saúde pública no Brasil. O país ocupa, em 2019, o segundo lugar no mundo com maior número de casos notificados, porém, enquanto alguns estados apresentam taxa de prevalência menor que 2 casos por 100.000 habitantes, outros são considerados altamente endêmicos, como o Pará, com prevalência de 35 casos por 100.000 habitantes. O estudo pretende analisar o perfil socioepidemiológico da hanseníase no município de Belém/PA no período de 2011 a 2017, e correlacionar a incidência da hanseníase ao Índice de Condições de Vida. Trata-se de um estudo ecológico, realizado em Belém, capital do Estado do Pará. Os casos novos de hanseníase foram extraídos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação e os dados populacionais e socioeconômicos foram obtidos dos setores censitários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Para análise estatística foi utilizado o programa Microsoft® Office Excel® 2013 e o software R. Para a análise espacial foram aplicados os métodos de Moran Global, Modelo Bayesiano Global (MBG), Local (MBL), Estimativa de densidade Kernel (EDK), Razão de Kernel (RK) e Estatística de varredura (Scan). Foram identificados 1.667 casos novos, no período estudado. Os resultados mostraram predomínio nas taxas de detecção no sexo masculino, faixa etária de 30 a 59 anos, Ensino Médio Completo, classificação Multibacilar, forma clínica Dimorfa e Grau de Incapacidade Física 0. Foi evidenciada queda da taxa de detecção da doença em todos os anos estudados, que variou de 23,96/100.000 habitantes em 2011 a 12,39/100.000 habitantes em 2017. A análise espacial identificou a Ilha do Combú, com risco relativo de 15,19; como área hiperendêmica para hanseníase. Houve alta taxa de incidência da doença em todos os distritos do município, mesmo após suavização das taxas pelo Modelo Bayesiano. Quando correlacionada ao Índice de Condições de Vida e suas variáveis componentes foi observado que há uma correlação (Pearson) direta e significativa entre a hanseníase e as variáveis Renda, Domicílio e Índice de Condições de Vida global. Isso significa que, quanto mais precárias são as condições de vida, maior será a possibilidade de transmissão da doença. Dessa forma, os esforços para o combate à endemia, devem estar somados a políticas de educação, saneamento e moradia.