Análise socioepidemiológico e espaço-temporal de indicadores da Hanseníase no estado do Pará-Brasil: uma série histórica de 2001-2020

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva, Michelle Ingrid Assis da
Orientador(a): Martins Filho, Arnaldo Jorge
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MS/SVS/Instituto Evandro Chagas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://patua.iec.gov.br/handle/iec/6743
Resumo: A Hanseníase é uma das doenças crônicas infectocontagiosas e uma das principais causas de incapacidades físicas, que tem como agente etiológico o Mycobacterium leprae, e principal via de eliminação as vias aéreas superiores. O agravo se mantém como um problema de saúde pública, principalmente no Brasil que apresenta a segunda maior taxas de detecção mundial. Objetiva-se realizar análise socioepidemiológica, de indicadores e espaço-temporal de casos novos de hanseníase no estado do Pará-Brasil, por meio de uma série histórica, no período de 2001 a 2020. A pesquisa é um estudo ecológico transversal com análise espaço-temporal e de indicadores, utilizando os casos novos de Hanseníase notificados no Estado do Pará no período do estudo e coletados das Fichas de Notificação/Investigação de Hanseníase, oriundas do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). O total de casos novos notificados e utilizados foram 79.039, desses 59.9% são do sexo masculino de raça/cor parda (68.2%), e com ensino fundamental incompleto (58.2%). Em relação as características da doença, a maioria dos casos apresentaram classificação operacional do tipo Multibacilar (59.3%), e forma clínica Dimorfa (42,59%), além de grau de incapacidade física “zero”, tanto no diagnóstico (68.6%) quanto na cura (58.2%), e o desfecho mais frequente foi por cura (80.9%). O estado esteve hiperendêmico até 2014, e decresceu em número de casos até 2020, passando para parâmetro “alto”. A Proporção de novos casos com grau 2 de incapacidade física, aumentou de “Baixo” (2001-2006) para “Médio” (2007-2020), e o indicador cura foi precário em 2020, diferente dos anos anteriores. Sobre a proporção de abandono, nos dois últimos anos da série, 2019-2020, passou de “Bom” (2001-2018) para “Regular”, já a avaliação do grau de incapacidade física no diagnóstico, foi “Bom” na maioria da série. Por fim, a análise de SCAN detectou 4 aglomerados significativos para o período; o aglomerado “1” representou 53 municípios afetados ao longo de 2001-2009, com a maioria dos casos na mesorregião Sudeste (39) do Estado, seguida da região Sudoeste (10); Nordeste (2), Marajó (1) e Baixo Amazônia (1). Em proporções menores, ocorreram mais 3 aglomerados, referentes aos anos de 2002 a 2005; 2002 a 2010 e 2017. Portanto os resultados sinalizam a disseminação da distribuição dos casos em todo o estado e os indicadores apontam deficiência no controle da doença e da cadeia da transmissão. A pesquisa colabora com o meio cientifico ao demonstrar, que nos 20 anos analisados o estado descresse em número de casos novos, mas ainda se mantem com taxas elevadas, que necessita de atenção por parte da vigilância epidemiológica local, a fim de direcionar políticas públicas para o combate e controle da doença no estado do Pará.