Identificação de bocaparvovírus humano em amostras fecais de crianças menores de cinco anos em Rio Branco, Acre, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Trindade, Fábyla D' Tácia Brito
Orientador(a): Soares, Luana da Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MS/SVS/Instituto Evandro Chagas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://patua.iec.gov.br/handle/iec/4445
Resumo: A doença diarreica aguda (DDA) é uma das principais causas de morbimortalidade infantil em todo o mundo. Esta doença é considerada uma patologia altamente contagiosa, que causa importante impacto na saúde pública tanto nos países de alta renda, quanto em países de baixa renda. Os agentes virais são os principais responsáveis por grande parte dos casos de DDA (70%), principalmente em países desenvolvidos. O Bocaparvovírus humano (HBoV) vem sendo relatado em estudos como possível agente causador de DDA, embora ainda não tenha um total conhecimento sobre seu papel nesse tipo de infecção. Deste modo, o presente estudo tem como objetivo investigar a presença do HBoV em crianças menores de cinco anos, com ou sem sintomas de DDA, na cidade de Rio Branco, Acre. Realizou-se um estudo transversal com 480 amostras fecais de crianças atendidas a nível ambulatorial e hospitalar, coletadas durante o ano de 2012. Foi realizada a técnica molecular de Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), seguida da Nested-PCR, para detecção do HBoV. Todas as amostras analisadas foram processadas em banco de dados criado pelo Software Statistical Package for Social Sciences (SPSS) for Windows versão 20.0. e o teste estatístico utilizado para o estudo foi o qui-quadrado (X2). Observou-se que 10% (48/480) dos pacientes foram positivos para HBoV. Verificou-se que a infecção ocorreu de forma similar entre os gêneros feminino (47,9%) e masculino (52,1%); a faixa etária mais acometida foi entre 7 a 24 meses (50%). As crianças que residiam em áreas urbanas (85,4%), em casas de alvenaria (56,2%), situadas em terrenos firmes (70,8%) e com água proveniente da rede pública (56,2%), foram as mais afetadas. Houve diferença estatística entre os grupos sintomáticos e assintomáticos para: febre (p=0,0182), vômito (p=0,0024), diarreia (p=0,0001) e muco nas fezes (p=0,0248). Foi observada coinfecção relacionado a outros vírus entéricos, sendo o Rotavírus mais prevalente (50%). A genotipagem demonstrou maior similaridade com amostras provenientes de países da América do Sul, como Brasil e Argentina e a espécie mais frequente foi HBoV – 1 (45,8%). O HBoV está presente em amostras fecais de crianças com e sem sintomas para DDA no estado do Acre, sendo, neste estudo, mais prevalente em crianças assintomáticas. Entretanto, faz-se necessário mais estudos acerca deste patógeno, a fim de elucidar a sua associação com as doenças diarreicas