Vigilância da doença de Chagas: estratégias de reconhecimento de infecção silenciosas alinhadas à Vigilância Entomológica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Mota, Bruna Daniele Lisboa
Orientador(a): Pinto, Ana Yecê das Neves
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MS/SVS/Instituto Evandro Chagas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://patua.iec.gov.br/handle/iec/4045
Resumo: A doença de Chagas (DC) é uma infecção parasitária causada pelo Trypanosoma cruzi. Os vetores do T. cruzi são insetos hematófagos, hemípteros, pertencentes à família Reduviidae e subfamília Triatominae. A importância epidemiológica dos triatomíneos relaciona-se à capacidade de algumas espécies se estabelecerem nas habitações humanas e seus anexos. Contatos eventuais de triatomíneos a humanos em regiões ribeirinhas na Amazônia têm sido inicialmente estudados em seu papel na transmissão da doença silente. No Pará, poucos registros têm sido feitos nas regiões de ocorrência de vetores silvestres. Diante do cenário epidemiológico inusitado na região Amazônica, o objetivo do estudo é descrever o perfil epidemiológico de populações expostas à invasão triatomínica domiciliar fortuita em áreas urbanas e ribeirinhas do Pará. Trata-se de estudo transversal do tipo inquérito soroepidemiológico desenvolvidos em 4 municípios do estado do Pará. A coleta dos 211 participantes do estudo foi armazenada no programa Epi info versão 7.2. O resultado da pesquisa epidemiológica demonstrou que as invasões triatomínicas ocorrem, sobretudo no ambiente intradomiciliar, principalmente na Zona Rural. O gênero Rhodnius foi o mais encontrado nas residências dos municípios. O contato fortuito através do vetor da doença de Chagas foi relatada por 38 do total dos participantes da pesquisa. Neste aspecto, diferentes profissões foram declaradas pelos moradores, sendo lavrador e estudante as mais registradas. Do total dos habitantes das áreas estudadas, apenas 1 (0,47%) morador apresentou sorologia positiva para anticorpos anti- T. cruzi. Apesar do estudo prospectivo não confirmar a ocorrência de casos autóctones nas áreas investigadas, observamos elos favoráveis à cadeia de transmissão da doença de Chagas. Diante da escassez de informações a respeito da agressão triatomínica na Amazônia, recomenda-se um estudo epidemiológico e entomológico de maior abrangência nestas áreas do estudo. O registro do inusitado comportamento vetorial e a vigilância sorológica de populações humanas sob este risco pode constituir como uma nova ferramenta na detecção precoce de infecções silenciosas e no entendimento do comportamento de insetos invasores. Simultaneamente, a educação em saúde pode auxiliar nas estratégias de prevenção da doença de Chagas.