Detecção do DNA de Trypanosoma cruzi por PCR em sangue de pacientes com doença de Chagas crônica e em dejetos de triatomíneos utilizados para o xenodiagnóstico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Maia, Allan Rodrigo Soares
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/4813
Resumo: A doença de Chagas é causada pelo parasito intracelular Trypanosoma cruzi e afeta em torno de 17 milhões de pessoas na América Latina. A fase crônica da doença caracteriza-se por baixo nível de parasitemia e alto nível de anticorpos Anti-T.cruzi e o diagnóstico é feito preferencialmente utilizando-se métodos sorológicos, incluindo imunofluorescência indireta (IFI), hemaglutinação indireta (HAI) e imunoensaio enzimático (ELISA). São testes que apresentam alta sensibilidade, mas sofrem de baixa especificidade, e um variável número de indivíduos apresenta testes sorológicos inconclusivos. Nos últimos anos, muitos estudos têm usado a tecnologia da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) para detectar sequências de DNA de T. cruzi em sangue de pacientes chagásicos crônicos. A alta especificidade da PCR tem apontado para sua aplicação como método confirmatório no diagnóstico de pacientes com provas sorológicas inconclusivas. O objetivo desse trabalho foi realizar uma análise comparativa entre a PCR e os métodos convencionais mais utilizados para o diagnóstico - sorologia e xenodiagnóstico, na detecção da infecção por T. cruzi, em indivíduos com doença de Chagas crônica. Sangue de 67 pacientes chagásicos crônicos, ambos os sexos, provenientes do ambulatório de doença de Chagas do Hospital Universitário Walter Cantídio, da Universidade Federal do Ceará, foram avaliados para T. cruzi, utilizando testes sorológicos (IFI, HAI e ELISA), PCR-Multiplex e xenodiagnóstico. Além disso, foi avaliado também a PCR-Multiplex em dejetos de triatomíneos provenientes do xenodiagnóstico destes pacientes. De acordo com o resultado dos testes sorológicos, os pacientes foram classificados em 3 grupos: 1°. Sorologia positiva (quando 2 ou 3 resultados dentre os 3 testes sorológicos foram positivos), 2°. Sorologia inconclusiva ou indeterminado (apenas 2 resultados foram negativos) e 3°. Sorologia negativa (quando os 3 resultados foram negativos). Dentre as 59 amostras com sorologia positiva foram obtidos 18 (30,5%) resultados positivos de PCR-Multiplex em sangue periférico e 41 (69,5%) resultados negativos. Nos PCR-Multiplex em dejetos de triatomíneos foram obtidos 20 (33,9%) resultados positivos e 39 (66,1%) resultados negativos. As 2 amostras com sorologia inconclusiva foram negativas na PCR-Multiplex, tanto em sangue periférico como em dejetos de triatomíneos. As amostras com sorologia negativa (n=6) apresentaram 2 resultados positivos (33,3%) na PCR-Multiplex em sangue e 4 resultados negativos (66,7%). Nos dejetos de triatomíneos, as 6 amostras com sorologia negativa foram negativas na PCR-Multiplex. Estes resultados mostraram que o ensaio da PCR-Multiplex em amostras de sangue periférico e em dejetos de triatomíneos, empregando iniciadores para regiões diferentes, no caso, DNA nuclear e DNA do cinetoplasto, podem ser aplicados para o diagnóstico da doença de Chagas crônica (mesmo com diferentes metodologias de extração de DNA total). Os dados mostraram também que a PCR-Multiplex em dejetos de triatomíneos é mais sensível que o ensaio do xenodiagnóstico.