Interações farmacodinâmicas entre quimioterápicos usados no tratamento da leucemia: abordagens in vitro e in silico sobre aspectos das defesas antioxidantes, sistema de fosforilação e fenótipo de resistência a múltiplas drogas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Marques, Maiara Bernardes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.furg.br/handle/1/8264
Resumo: O câncer é um dos maiores problemas de saúde pública do mundo. Dos tratamentos usados para combater o câncer a combinação de quimioterápicos é ainda o mais utilizado. No entanto, a combinação destes quimioterápicos podem gerar interações farmacodinâmicas que podem causar resistência a múltiplas drogas (MDR). A Leucemia Mielóide Crônica (LMC) é um tipo de câncer do sistema hematopoiético e essa doença apresenta a MDR à vários quimioterápicos o que torna urgente a pesquisa por as interações farmacodinâmicas entre os quimioterápicos usados na clínica. O fenótipo MDR, pode levar a alterações no metabolismo celular com consequente desregulação de vias oxidativas, que estão relacionadas à agressividade tumoral e ao baixo prognóstico do câncer. Nessa tese estudamos três linhagens, a K562 que apresenta sensibilidade ao fenótipo MDR, e outras duas resistentes. A Lucena foi selecionada resistente à vincristina (VCR) e a FEPS selecionada através do quimioterápico daunorubicina (DNR). O objetivo desta tese foi estudar se agentes quimioterápicos diferentes poderiam selecionar células com capacidades antioxidantes diferentes, atuar sobre o sistema de fosforilação e interagir sobre o fenótipo de resistência a múltiplas drogas (MDR) em linhagens eritroleucêmicas humanas. No artigo um, identificamos pela primeira vez que os quimioterápicos vincristina (VCR) e daunorubicina (DNR) podem selecionar células com diferentes capacidades antioxidantes. É provável que a seleção com DNR favoreça células com expressão constitutiva dos principais fatores de transcrição que controlam genes relacionados ao suprimento de energia, sistema de defesas antioxidantes e fenótipo MDR. No artigo dois, propusemos um novo mecanismo farmacodinâmico envolvendo o AZD1208, inibidor específico da quinase PIM-1, sob interação com agentes quimioterápicos, como VCR ou DNR, in vitro e in silico. Nossos resultados in vitro mostraram que a co-exposição do AZD1208 com o agente quimioterápico VCR ou DNR aumenta a viabilidade de células resistentes (Lucena e FEPS, respectivamente), o que contrapõem os resultados das células tratadas somente com AZD1208, onde ocorre diminuição de proliferação celular. Com base nisso, é provável que os agentes quimioterápicos possuam alguma interação farmacodinâmica e, para testar essa hipótese, realizamos uma simulação de docking molecular no sítio de ligação ao ATP na proteína PIM-1. Os resultados in silico sugerem que o AZD1208 pode, teoricamente, induzir a interação farmacodinâmica com VCR ou DNR enfraquecendo o potencial citotóxico, justificando o que observamos nos resultados in vitro. No terceiro artigo combinamos duas abordagens in silico: docking molecular e teoria de densidade funcional (DFT ab initio) para explicar o mecanismo de interação farmacodinâmico dos mesmos três ligantes quimioterápicos aos domínios transmembrânicos (TMD) da proteína ABCB1. Observamos diferentes intensidades de ligação energética entre os agentes quimioterápicos, sendo AZD1208/Vincristina > AZD1208/Daunorubicina. Com isso, nessa tese propomos um novo mecanismo de ação de interação farmacodinâmica entre quimioterápicos que podem selecionar células com diferentes capacidades antioxidantes, atuar sobre o mecanismo de fosforilação de uma importante quinase, PIM-1, interagindo sobre a principal característica do fenótipo MDR, a proteína ABCB1.