Diferentes abordagens para o entendimento da aneuploidia: interferindo na mitose com o uso de crisotila e vincristina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Cortez, Beatriz de Araujo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41131/tde-15122014-143541/
Resumo: A aneuploidia é uma característica dos tumores sólidos. Ela pode ser resultado de diferentes erros durante a mitose, como a amplificação centrossômica, mitoses multipolares, e anormalidades durante a citocinese. Hoje se sabe que a aneuploidia pode estar relacionada à supressão ou progressão tumoral dependendo do grau da aneuploidia e do contexto genético das células, e assim esforços vem sendo feitos a fim de elucidar quais erros durante a mitose estão relacionados à formação de células aneuploides viáveis e inviáveis. Estudos prévios do nosso grupo mostraram que tratamentos de células em cultura com fibras de crisotila e com vincristina levam a formação de células aneuploides. Agora direcionados nossos esforços para elucidar os mecanismos envolvidos na formação dessas células, investigando alterações nos centrossomos, número de cromossomos, e origens e destinos de mitoses multipolares após o tratamento com crisotila e com vincristina. As fibras de crisotila, em linhagens de células tumorais e normais, levaram a padrões de localização alterados de proteínas relacionadas à abscisão durante a citocinese, e ocorreu a regressão deste processo e consequente formação de apenas uma célula-filha com o dobro do conteúdo de cromossomos e de centrossomos. Nas duas linhagens estudadas essas células tetraploides progrediram no ciclo celular, gerando mitoses multipolares e consequente formação de células aneuploides. O tratamento com vincristina levou a respostas similares e também distintas em células normais e tumorais. Durante a retenção em metáfase ocorreu a fragmentação da matriz pericentriolar, e as células foram encaminhadas à morte celular ou à saída da mitose sem a ocorrência de divisão celular. Entretanto, células de origem normal tetraploides não progrediram no ciclo celular e não formaram mitoses multipolares, enquanto na linhagem tumoral as células apresentaram aumento da expressão de Aurora A e células com conteúdo cromossômico aumentado e aneuploide em mitoses multipolares. As mitoses multipolares formaram uma, duas ou três células e apresentaram diversas anormalidades no processo de divisão. As alterações observadas no número e composição dos centrossomos após o tratamento com as duas linhagens indicaram que processos de amplificação centrossômica ocorreram após o tratamento. Os dados foram compatíveis com a reduplicação dos centrossomos e com a formação de centríolos a partir do aumento da matriz pericentriolar. Os dados reunidos mostram que apenas células tumorais foram capazes de proliferar mesmo após diferentes erros mitóticos, enquanto células normais puderam apenas superar os erros ocasionados pelas fibras de crisotila