Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Silva, Estela Fernandes e |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.furg.br/handle/1/8250
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Resumo: |
A C-ficocianina (C-FC), pigmento fotossintético de cianobactérias como a Spirulina platensis, possui capacidade antitumoral. Contudo, os mecanismos responsáveis pelo efeito antitumoral permanecem incompletamente compreendidos e o seu papel no fenótipo de resistência a múltiplas drogas (MDR) é bastante restrito. O fenótipo MDR gera insucessos no tratamento quimioterápico, sendo importante investigá-lo. O objetivo desta tese foi avaliar o efeito antitumoral e anti-MDR da C-FC e os mecanismos para geração destes efeitos, em três linhagens eritroleucêmicas humanas: K562 (não MDR); K562-Lucena (MDR/ superexpressão da proteína ABCB1 para efluxo de drogas) e FEPS (MDR/ superexpressão das proteínas ABCB1 e ABCC1 para efluxo de drogas). Realizou-se uma revisão de literatura sobre o tema, além de testes de viabilidade celular (exclusão por azul de Tripan e MTT), verificação de marcação por C-FC por citometria de fluxo, análise de atividade das proteínas de efluxo e avaliação de níveis de espécies reativas de oxigênio (ROS) por fluorimetria, análise de expressão gênica por PCR tempo real (genes para proteínas de efluxo: ABCB1; ABCC1; genes para proteínas produtoras de mediadores inflamatórios: PTGS2 e ALOX5), e análise de interação da C-FC com: ABCB1, ABCC1 e com os quimioterápicos vincristina (VCR) e daunorrubicina (DNR) por docking. Com a revisão constatou-se a ubiquidade de alvos celulares e mecanismos de ação da C-FC, bem como o potencial anti-MDR da molécula. A C-FC inibiu a proliferação nas linhagens K562, K562-Lucena e FEPS (sendo K562 a mais sensível e FEPS a mais resistente), sem gerar citotoxicidade para os macrófagos peritoneais de Mus musculus. A C-FC interagiu de modo diferencial com as proteínas de efluxo ABCB1 e ABCC1 afetando a atividade apenas de ABCC1. A mudança de atividade da ABCC1 possivelmente gerou o efluxo da C-FC, pois a FEPS (única linhagem com ABCC1) foi aquela com menor marcação por C-FC e mais resistente. No docking proteína-ligante a C-FC interagiu com VCR e DNR de modo semelhante, contudo o aumento de sensibilidade com a combinação C-FC/quimioterápico foi verificado apenas para C-FC + DNR, indicando que a formação de complexo C-FC/DNR deve modificar a interação de C-FC e/ou DNR com a ABCC1. Os mecanismos antitumorais não envolveram níveis significativos de apoptose em relação ao controle, reforçando o papel citostático da C-FC verificado nos ensaios de viabilidade. A C-FC aumentou os níveis de ROS para K562 e K562-Lucena, reduziu a expressão do gene ALOX5 para K562-Lucena e FEPS, além de aumentar a expressão de PTGS2 e ABCB1 para K562-Lucena. Para a linhagem K562-Lucena é possível que a expressão de PTGS2 e ABCB1 estejam relacionadas sendo ocasionadas provavelmente via ROS. A C-FC isoladamente gerou inibição de proliferação para K562 e K562-Lucena e combinada com DNR para a FEPS, sendo que o ROS parece estar envolvido na geração dos efeitos para K562 e K562-Lucena. A modulação da expressão gênica de ALOX5 parece ser um importante alvo celular da C-FC em células MDR, mesmo para linhagens mais resistentes como a FEPS. A C-FC tem capacidade anti-MDR isolada ou em combinação com DNR, sendo provável o envolvimento de vias de sinalização relacionadas a ROS e a modulação da expressão gênica para geração desse efeito. |