O grupo como espaço interpsíquico de cuidados elaborativos: o trabalho com mães de crianças em tratamento do câncer infantil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Gouget, Daniella Dantas
Orientador(a): Sá, Marilene de Castilho
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34936
Resumo: Diante da importância da relação entre a criança e a sua mãe para a produção do cuidado e da necessidade de um espaço para a escuta, e para a elaboração do sofrimento, relacionado às vivências desta mãe no cuidado ao filho durante o tratamento do câncer infantil, esta dissertação se propôs, através de um estudo bibliográfico, a encontrar experiências que dessem suporte ao entendimento de que o funcionamento do espaço interpsíquico grupal, enquanto um dispositivo de fala, escuta e vinculação, pode refletir na emergência da interface entre os processos de cuidado, existentes no campo da saúde coletiva, e os processos de elaboração das mães que acompanham seus filhos durante o tratamento do câncer infantil, à luz da psicanálise. Sendo assim, a partir da análise das experiências de grupos encontradas, na pesquisa realizada, foi possível o exame das oportunidades de produção de cuidado e elaboração nestas experiências, com a discussão sobre os efeitos do uso do dispositivo grupal para a produção do cuidado em saúde, de acordo com as perspectivas da psicanálise e da psicossociologia clínica. Durante este processo, foram valorizados a produção de sentido e o redimensionamento do sofrimento suscitado pelo adoecimento infantil nas mães participantes dos grupos estudados. Por fim, o resultado alcançado, por este estudo, revelou que o processo do vínculo é mais significativo na prática clínica do que a instrumentalização da cura em si, propiciando um novo modo de fazer saúde a partir do cuidado às mães de crianças em tratamento do câncer. E a conclusão aponta para a contribuição dos recursos subjetivos - como a disponibilidade, o acolhimento, a escuta e a mediação - nos dispositivos grupais, facilitando a promoção dos cuidados elaborativos, com uma nova possibilidade de posicionamento desta mãe no enfrentamento ao câncer infantil. Deste modo, a mãe pode, assim, ressignificar a experiência vivida, enquanto possibilita ao filho com câncer uma melhor adaptação no percurso do seu adoecimento e do seu tratamento.