Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Rua, Cristiana Rodrigues |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-20102014-110349/
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Resumo: |
O presente trabalho se propõe a apresentar uma sistematização teórica de minha experiência clínica enquanto psicanalista, no atendimento com pacientes que, após a remissão de doenças graves tais como diversos tipos de câncer que podem afetar a medula óssea (leucemias e linfomas), apresentavam-se como se ainda estivessem doentes, remetendo-se à doença como se esta fosse um acontecimento atual, identificando-se, em seu discurso, como doentes. Apresentamos dois casos clínicos que estavam com a doença em remissão há mais de dois anos e que foram atendidos em uma instituição hospitalar. O nosso objetivo é possibilitar a compreensão dos processos psíquicos envolvidos nos referidos casos clínicos. Estes atendimentos nortearam a formulação de uma hipótese clinico-teórica. Esta hipótese refere-se à possibilidade de estudar o problema clínico a partir do paradigma conceitual do trauma em Psicanálise, especialmente na acepção desenvolvida por Freud após 1920, com a formulação do segundo dualismo pulsional. Paralelamente, é realizado o percurso teórico que visa discutir a permanência dos pacientes atendidos no lugar de doentes, o que nos conduz à apresentação de um capítulo referente aos paradoxos envolvidos na remissão de uma doença orgânica. A articulação teórico-clínica é baseada em textos de Freud e Ferenczi, além de psicanalistas contemporâneos que têm estes autores como referência. Nesta articulação percorremos os seguintes pontos conceituais: a) a experiência do adoecimento; b) o conceito de trauma e efeito traumático para a Psicanálise; c) as teorias das pulsões; d) o trauma após 1920: as neuroses traumáticas; e) ganho secundário; f) a hipocondria em Freud; g) os paradoxos da cura em Danièle Brun e em Freud; h) sobre o trabalho do luto e da elaboração. A partir da articulação entre a clínica e os conceitos teóricos realizamos a discussão de nossa hipótese clínico-teórica. O percurso teórico-clínico realizado permite verificar que o problema clínico evidenciado pode ser entendido, conforme nossa hipótese clínico-teórica, a partir dos desenvolvimentos de Freud a propósito das neuroses traumáticas, em conjunção com o entendimento de que mesmo algo que era almejado pode não trazer alívio ou realização, mas sofrimento, conforme visto nos paradoxos envolvidos na remissão da doença. O percurso que partiu da clínica nos permite afirmar que o trabalho psicanalítico com pessoas que são acometidas por doenças orgânicas deve contemplar não somente a importância da elaboração psíquica de todo o processo de adoecimento que afeta o corpo, mas também, o que ocorre psiquicamente após a remissão da doença que traz a necessidade de elaboração, pois muitas vezes será no só depois, que estes aspectos poderão ser constatados |