Resumo: |
No presente trabalho pretende-se compreender a importância que os museus e centros de ciência modernos podem ter para fornecer um importante suporte ao processo de desenvolvimento em C&T do país. Para tanto, lançaremos um olhar sobre a história dos museus, percebendo como os diversos países, em diferentes oportunidades, se serviram desse importante instrumento de nacionalismo e difusão de ciências. Inicialmente valorizado apenas pelos interesses de poucos colecionadores privados, progressivamente os governos e as cortes foram percebendo que havia uma importância estratégica nesse segmento. O Estado passa a ser figura importante nesse contexto. No Brasil estaremos focando os períodos em que o país promoveu o reconhecimento do valor da ciência e da tecnologia, chegando aos financiamentos de projetos através das agências e, em especial, do programa PADCT, resultante da conjunção de interesses do CNPq, CAPES, FINEP e STI e que teve papel importante para a implantação do Museu da Vida. O desenvolvimento do Museu da Vida é apresentado sob formato histórico, mas, também, analítico, tendo como referencial teórico o processo de formulação de estratégicas de Mintzberg. Será possível compreender como se deu o conturbado período em que o Museu da Vida precisou ser retirado de seu momento zero e enfrentar resistências internas, dificuldades de recursos e o período de legitimação junto à comunidade. O estado da arte do Museu da Vida é apresentado por meio de dados estatísticos, pontuado com informações coletadas de 5 outras reconhecidas instituições do setor de museus e centros de ciência no Brasil. Com este benchmark será observado que as dificuldades e os fatores críticos para o setor não são privilégio deste ou daquele empreendimento. A evidência mais clara fica por conta de que a iniciativa privada não tem estrutura e interesse comercial para investir na implantação de museus e centros de ciência interativos. O setor público possui recursos, mas não possui instrumentos de gestão eficientes para geri-los da maneira como o dinamismo da área requer. O Capítulo III apresentará uma proposta de atendimento a tais necessidades, partindo do princípio da publicização, que foi um dos norteadores da proposta de reforma do aparelho de estado em 1998. A proposição terá três pontos de sustentação: (i) nova estruturação, partindo do conceito da publicização; (ii) novos instrumentos de controle, que se adeqüem ao novo formato proposto e (iii) nova modelagem de gestão, com base no planejamento estratégico, que permita a integração com os dois pontos anteriores. |
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