O sentido do trabalho para merendeiras e serventes em situação de readaptação nas escolas públicas do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2000
Autor(a) principal: Nunes, Bernadete de Oliveira
Orientador(a): Brito, Jussara Cruz de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4817
Resumo: Esta dissertação tem como objetivo analisar a (re)construção de sentido no trabalho por parte de merendeiras e serventes, em situação de readaptação, que atuam nas escolas da rede pública estadual e municipal do Rio de Janeiro – o modo como elas vivenciam o processo de readaptação em sua relação com as(os) colegas de trabalho e a direção da escola, tentando, assim, contribuir com a área de estudo que trata da saúde do trabalhador. Para isso, foi fundamental o engajamento das merendeiras e serventes no processo investigativo. Os materiais coletados na pesquisa de campo indicaram que as condições e a forma como esse trabalho está organizado são nocivas a sua saúde e determinantes nos casos de sofrimento, adoecimentos e readaptações, sendo por isso premente a necessidade de ocorrerem mudanças no trabalho. A indicação de readaptação nesse caso, em geral, não resolve o problema das trabalhadoras com comprometimento de saúde, já que não é possível tratar um problema coletivo/epidemiológico com medidas individualizadas. Todavia, as merendeiras e serventes conseguem criar, inventar, subverter, garantir sua sobrevivência, dando sentido, por meio de estratégias as mais variadas, a seu trabalho e a suas vidas. A investigação realizada levantou determinados fatores que, na maioria dos casos, incidem sobre a produção de sentido; a luta pelo reconhecimento profissional como cozinheiras – particularmente as merendeiras; o prazer e o orgulho de seu ofício de cozinhar, além da consciência da importância biológica, psíquica e social de seu trabalho, a relação afetuosa estabelecida com as crianças. Outro aspecto é o papel relevante desempenhado por essas trabalhadoras na educação das crianças na escola, que não se limita simplesmente à preparação de alimentos e à higienização dos espaços.