Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Sucupira, Pedro Henrique Ferreira |
Orientador(a): |
Moreira, Luciano Andrade |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34088
|
Resumo: |
O Mayaro vírus (MAYV) é um arbovírus do gênero Alphavirus, família Togaviridae, e o agente etiológico da febre do Mayaro, uma doença febril aguda, clinicamente semelhante à Dengue e Chikungunya. Apesar de ser uma arbovirose silvestre, muitos casos e surtos em áreas periurbanas já foram relatados para esta doença, aumentando a preocupação e vigilância epidemiológica, uma vez que o Aedes aegypti, o principal vetor urbano de DENV, ZIKV e CHIKV, possui capacidade para transmissão deste vírus. A urbanização do MAYV poderia trazer um sério problema de saúde pública. Uma das possíveis estratégias para o controle da transmissão do MAYV seria o uso de mosquitos Ae. aegypti transfectados com a bactéria Wolbachia (linhagem wMel), como vem sendo utilizado para dengue, Zika e chikungunya (www.worldmosquito.org). O objetivo principal deste estudo foi avaliar a participação de diferentes vias de resposta imune do Ae. aegypti em resposta à infecção pelo MAYV, e pela Wolbachia. Foram utilizadas 2 linhagens de Ae. aegypti - Br (mosquitos de campo coletados no Rio de Janeiro) e wMel_Br (linhagem de mosquitos transfectados com a cepa wMel da bactéria Wolbachia). Ambas as linhagens receberam três tratamentos diferentes: sacarose 10%, sangue sem MAYV e sangue com MAYV. Amostras dos mosquitos foram coletadas a 2, 4 e 7 dias após a infecção, seguindo-se pela extração do RNA total e síntese do cDNA. Primeiramente a carga viral de MAYV e a densidade de wMel foram quantificadas. Nossos resultados demonstram a capacidade de wMel em interferir na replicação do MAYV assim como demonstramos que mosquitos wMel_Br infectados com MAYV apresentaram um aumento na densidade de Wolbachia. Posteriormente, foram analisados, via quantificação relativa, o perfil de expressão de genes da via Toll (CACTUS e REL1), Imd (CASPAR e REL2), JAK/STAT (DOME e SOCS) e da via do siRNA (AGO2). Nossos resultados sugerem que a alimentação sanguínea foi um dos principais fatores responsáveis pelo aumento na expressão dos genes da via Toll e Imd e que o gene DOME tem sua expressão aumentada na presença de MAYV sugerindo a participação da via JAK/STAT. Apesar de ter-se um aumento na expressão de genes do sistema imune na linhagem wMel_Br, essa ativação do sistema imune não representa o principal mecanismo pelo qual o fenótipo de interferência a patógenos aconteça. O gene AGO2 não teve sua expressão alterada em mosquitos Br, porém teve uma expressão menor em mosquitos wMel_Br. Sabendo-se que a via do siRNA é uma das principais vias de controle de infecções virais em Ae. aegypti, nós investigamos funcionalmente a participação do gene AGO2 em ambas a linhagens. Para isto silenciamos o gene AGO2 de forma transiente utilizando a técnica do RNAi. Não houve alteração da carga viral ou densidade de wMel frente ao silenciamento transiente de AGO2. Apesar dos mecanismos envolvendo a resposta imune na infecção pelo MAYV em linhagens com e sem Wolbachia não estarem claros, nosso trabalho estabelece novas perspectivas e alvos potenciais para novas estratégias de intervenção no mosquito vetor. Entender as interações vírus-hospedeiro-Wolbachia são essenciais para o combate à transmissão do MAYV e outras arboviroses. Nosso trabalho também sugere novos marcadores moleculares que podem ser utilizados para determinação de resistência e suscetibilidades à infecção em populações naturais de mosquitos. |