Atenção aos pacientes indígenas com tuberculose do Distrito Sanitário Especial Indígena Mato Grosso do Sul (DSEI-MS)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Freitas, Laís Picinini
Orientador(a): Santos, Reinaldo Souza dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/27922
Resumo: Introdução: A tuberculose (TB) é um importante problema de saúde pública no Brasil. A doença atinge principalmente grupos desfavorecidos como os indígenas. O objetivo do estudo foi analisar a atenção à saúde dos indígenas com TB e explorar fatores associados ao relato de reação adversa (RRA) e abandono do tratamento. Métodos: Estudo longitudinal descritivo e analítico, com entrevista e dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) de casos novos de TB em indígenas de 4 pólos-base do Mato Grosso do Sul de 2011-2012. Foi calculada a incidência de TB por aldeia, e descritas características socioeconômicas, clínicas, epidemiológicas, e da atenção à saúde por pólo-base. A análise de componentes principais foi utilizada para criar índices de condição socioeconômica (ICS), e os casos foram classificados em tercis. Indicadores de acompanhamento foram calculados. Resultados: Foram incluídos 166 indígenas com TB, maioria homem, 20-44 anos de idade. A incidência de TB foi de 309,6/100.000 em 2011 e 189,4/100.000 em 2012, sendo maior em Amambai. Segundo o ICS baseado em características do domicílio e posse de bens duráveis, Miranda e Aquidauana possuíam mais casos no 3º tercil (88,9% e 100,0%) e Amambai, mais no 1º tercil (38,6%). Maioria dos casos de Amambai foi diagnosticada por busca ativa (70,2%). O tempo para diagnóstico foi de 5 semanas ou mais em 41,0% dos casos. O resultado da cultura estava disponível para 80,7% dos casos. Casos novos (95,2%), pulmonares (85,5%), esquema terapêutico básico (88,0%), tratamento diretamente observado (99,4%) e atendimento por agente indígena de saúde (83,7%) foram mais comuns. Considerando o relato dos pacientes, a maioria teve acompanhamento excelente em Amambai (66,7%) e Caarapó (87,2%) e regular em Miranda (66,7%) e Aquidauana (75,0%). Houve RRA por 28,3% dos pacientes, sendo cefaleia a principal (14,5%). Menor RRA foi encontrado em Amambai, homens, pessoas sem comorbidades, sem consumo de bebidas alcoólicas, do 1º tercil do ICS e sem história de TB. Quem utilizou o esquema básico, não recebeu explicações sobre o tratamento, e teve falta do medicamento, fez mais RRA. A maioria evoluiu para a cura, com 2 abandonos (casos novos, sem RRA, e que trabalhavam na usina). Conclusão: A TB continua com alta incidência entre indígenas apesar da alta proporção de cura. Melhorias na detecção dos casos e rápido início do tratamento são necessários para combater a propagação da doença.