Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Ferreira, Caroline Coelho |
Orientador(a): |
Crainey, James Lee |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/49714
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Resumo: |
No Brasil, a Mansonelose é uma doença filarial crônica que atinge milhares de pessoas residentes de zonas rurais na Amazônia. Até recentemente, não havia nenhum tratamento clínico prático ou opções de controle para esta doença. No entanto, novas terapias curativas com custo-benefício viável voltadas para o uso de Wolbachia sp. no tratamento para a Mansonelose estão atualmente sendo estudadas em países da África. Essas novas opções de tratamento têm o potencial de mudar radicalmente a viabilidade para o controle efetivo da Mansonelose, portanto, existe uma necessidade urgente para compreender a epidemiologia dessa doença na Amazônia. No norte do estado do Amazonas, Simulium oyapockense é um inseto hematófago conhecido por ser vetor de Mansonela ozzardi (o mais importante agente causador de Mansonelose na região) e Onchocerca volvulus (o único agente causador da oncocercose). Após o isolamento acidental de uma nova cepa de Wolbachia sp. a partir de um pool de extratos de DNA de S. oyapockense infectados com M. ozzardi, este estudo usou um novo método de triagem de Tipagem de Sequência de Múltiplos Locus (MLST) utilizando baixa temperatura de anelamento (LAT) para classificar esta nova cepa de Wolbachia sp. e desenvolver um novo método para diagnosticá-la com menor custo e tempo. Após o teste de 17 ensaios LAT PCR em uma amostra de DNAestoque de S. oyapockense (composto de amostras de DNA de 96 espécimes), cinco desses ensaios (projetados para amplificar as sequências dos genes coxA, dnaAa, ftsZ, fabK e wD 0183) foram selecionados para o diagnóstico de Wolbachia sp. utilizando a abordagem MLST. Dos 96 extratos de S. oyapockense testados com esta metodologia, 90 foram positivos para os cinco genes-alvo, dois foram positivos em 1-4 e quatro foram negativos para todos os 5 PCRs LAT MLST, mas positivos para o CO1 (usado separadamente para controle de amplificação). A análise das sequências gênicas referentes a coxA, dNAa, ftsZ, fabK e wd 0183 obtidos a partir de cinco extratos de DNA de S. oyapockense não forneceu evidências de variação gênica entre as sequências dos cinco espécimes testados, independentemente dos alvos usados para o ensaio. A classificação filogenética baseada na abordagem MLST, bem como a análise filogenética realizada usando individualmente cada um dos genes classificou consistentemente a Wolbachia sp. identificada como pertencentes ao “Super grupo B”. Os resultados coletados para este estudo sugerem fortemente que mais de 90% dos espécimes de S. oyapockense coletados em atividades de hematofagia em São Gabriel da Cachoeira estão infectados com uma única cepa de Wolbachia do Super grupo B, denominada como “wSoya”. Futuros estudos serão necessários para determinar se a presença desta bactéria nesse vetor influencia a dinâmica de transmissão da mansonelose ou oncocercose na região. |