Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Saboia, Débora Pacheco |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/35301
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Resumo: |
A mansonelose é uma infecção filarial tropical que tem como agentes etiológicos espécies de nematoides do gênero Mansonella, tais como M. perstans, M. ozzardi e M. streptocerca. Os nematoides em questão são transmitidos através da picada de dípteros hematófagos das famílias Simuliidae e Ceratopogonidae. No Brasil, é reconhecido que infecções por M. ozzardi podem ser detectadas nos estados do Amazonas, Acre, Roraima e no norte do Mato Grosso. Indivíduos infectados por M. ozzardi normalmente são assintomáticos. Quando sintomáticos podem apresentar sintomas como febre, dor de cabeça, artralgia, sensação de frieza nas pernas, erupções cutâneas com prurido, linfadenopatia, edema, sintomas pulmonares e danos oculares. O tratamento da mansonelose com a administração diária de levamisol aparentemente suprimiu a microfilaremia por M. ozzardi. Um outro medicamento é a ivermectina, que é atualmente o tratamento de escolha, embora desconheça-se se há algum efeito contra vermes adultos. Por M. ozzardi abrigar a bactéria endossimbionte Wolbachia, a doxiciclina pode ser uma alternativa farmacológica eficaz para a eliminação das formas adultas. Desde sua descoberta há cerca de seis décadas, houve poucos avanços científicos relacionados a este parasito. A mansonelose causada por este parasito é, provavelmente, a mais prevalente e negligenciada em comparação com outras doenças filariais e os habitantes de comunidades ribeirinhas dos rios Solimões, Purus e Negro são os mais afetados por esse parasito. Como objetivo geral, buscou-se realizar uma avaliação epidemiológica das infecções por M. ozzardi em amostras de sangue obtidas entre moradores de comunidades ribeirinhas dos rios Acre e Purus. Para o diagnóstico parasitológico de microfilárias foi feita a coleta de 10 mL de sangue através de punção venosa e a presença de microfilárias, verificada através das técnicas de Gota Espessa e Método de Knott. Resultados: 106 indivíduos participaram do estudo. A prevalência de infecção, segundo a técnica de gota espessa foi de 2% (2/102), enquanto que segundo o método de Knott, a prevalência foi de 4,8% (5/104). Observou-se uma associação estatisticamente significativa entre o gênero feminino e a infecção por M. ozzardi, utilizando o método de Knott. A prevalência geral de infecção foi de 2% pela gota espessa e 4,8% pelo método de Knott. Em Boca do Acre (AM), a prevalência foi de 3,6% pela gota espessa e 8,9% pelo método de Knott. Na gota espessa, ambos os participantes positivos eram do sexo masculino (6,7% deste grupo) e 6,3% tinham entre 40 a 49 anos. Na técnica de Knott, 80% dos positivos eram do sexo masculino (12,5% deste grupo) e 1,4% eram do sexo feminino. Entre os positivos, 3,6% tinham entre 18 a 29 anos e 6,3% tinham entre 40 a 49 anos.A ocupação dos participantes também foi considerada. 5,3% dos que realizavam atividades externas estavam positivos pela gota espessa. 10,5% dos positivos pelo método de Knott realizavam atividades externas.Uma associação estatisticamente significativa foi encontrada entre o gênero feminino e a infecção por M. ozzardi pelo método de Knott. O Teste de Kappa de Cohen mostrou uma confiabilidade moderada entre os diagnósticos obtidos pela gota espessa e pelo método de Knott |