Investigação diagnóstica de pacientes com Mansonelose submetidos ao tratamento com Ivermectina no município de São Gabriel da Cachoeira, Amazonas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Suwa, Uziel Ferreira
Orientador(a): Luz, Sérgio Luiz Bessa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/31258
Resumo: Mansonelose é uma Doença Tropical Negligenciada (DTN) que possui ampla distribuição geográfica na Amazônia, acometendo populações indígenas e ribeirinhas. Apesar de ter sido descrita há muitos anos, os padrões clínicos patológicos desta doença continuam sem comprovações científicas, e, por isso, tem sido negligenciada e considerada uma filariose assintomática com pouco interesse e incentivo à pesquisa, com carência de informações epidemiológicas, clinico patológicas e de tratamento. Em relação a isso, este projeto, na perspectiva de contribuir para o estudo desta endemia regional, teve por objetivo investigar os pacientes tratados com Ivermectina no município de São Gabriel da Cachoeira, em amostras coletadas após 3 meses do tratamento. Foram analisadas por testes tradicionais (gota espessa de sangue) e testes mais sensíveis (moleculares - PCR), 34 amostras de sangue. Deste quantitativo, 8 (23,5%) amostras foram confirmadas nas lâminas de gota espessa e 18 (52,9%) amostras permaneceram positivas em testes moleculares utilizando primers para a amplificação de sequências de DNA específicas para mansonelas. Desta forma, o diagnóstico molecular mostra-se mais sensível que o diagnóstico microscópico, com um aumento de (2,3%) antes do tratamento, e (2,1%) depois o tratamento. A sintomatologia declarada pelos pacientes positivos como febre, dor no corpo, dor nas articulações, dor de cabeça, frieza nas pernas, tontura e dormência nas pernas apresentaram redução após tratamento. As análises moleculares também incluíram a busca da identificação de alvos de resistência do parasito ao medicamento, tendo em vista que 18 amostras permaneceram positivas. O tratamento utilizado para eliminação de microfilaremia com uma dose de 0,15mg/kg de ivermectina, não demonstrou eficácia nos pacientes tratados no município de São Gabriel da Cachoeira, com possibilidade de reinfecção e resistência dos parasitas ao medicamento. Contudo, o diagnóstico microscópico apresenta baixa sensibilidade, principalmente em indivíduos com baixa parasitemia. Já o diagnóstico molecular tem se mostrado mais sensível, podendo ser útil em áreas de transmissão para certificação das espécies circulantes, tendo em vista que o tratamento aplicado é diferenciado para cada espécie de mansonela. A sintomatologia declarada pelos pacientes neste estudo foi semelhante à de outros estudos, e o tratamento com ivermectina reduziu a frequência desses sintomas. Não foi identificada resistência das mansonelas ao medicamento por meio dos 12primers testados para β-tubulina, apesar disso, podem existir outros genes que estejam proporcionando a resistência e que não sejam os mesmos testados nesse estudo e que encontrem-se vinculados (ou não) especificamente para mansonelas.