Órgãos alvo do Trypanosoma cruzi em modelo experimental de fase aguda da doença de Chagas por transmissão oral

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Santos, Danielle Silva dos
Orientador(a): Meis, Juliana de, Villa-Verde, Déa Maria Serra
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/16762
Resumo: A infecção oral pelo Trypanosoma cruzi, agente etiológico da doença de Chagas, é a principal via transmissão na Amazônia. Estudos anteriores do nosso grupo demonstraram que o contato do parasito com a cavidade oral induz uma infecção aguda mais grave. No entanto, ainda permanece incerto o primeiro tecido alvo do parasito durante o processo de infecção oral (IO). Neste trabalho, avaliamos os órgãos alvos do T. cruzi em camundongos infectados por IO com a cepa Dm28c luciferase (Dm28c-luc) por imagem de bioluminescência (BLI) e PCR em tempo real quantitativa (qPCR). Além disso, comparamos a dinâmica de distribuição do T.cruzi durante a infecção por via IO com as vias intragástrica (IG), intravenosa (IV) e subcutânea (SC). Nossas análises demonstraram que a cavidade oral, especificamente a região nasomaxilar, e a fossa nasal são os principais locais de invasão e multiplicação do T. cruzi na IO, em contraste com as outras vias de inoculação estudadas. A quantificação do DNA do T. cruzi por qPCR, com 60min e 7 dias pós-infecção (dpi), demonstrou que a carga parasitária na cavidade nasal nos animais IO era maior do que em qualquer outro tecido avaliado Com 7 dpi também detectamos DNA do parasito nos linfonodos mandibulares, hipófise, coração, fígado, estômago, intestino delgado e no baço e, com 21 dpi em novos tecidos como cérebro e intestino grosso. Da mesma forma, detectamos a presença de amastigotas na fossa nasal de animais infectados com 6dpi. Com 21 dpi, após multiplicação e disseminação do parasito, detectamos por BLI a presença do T.cruzi em tecidos como cérebro, coração, intestinos, glândulas sexuais, dentre outros. A análise por BLI indica que nos momentos iniciais da infecção a dinâmica de distribuição do parasito é diferente entre as vias IO, IG, IV e SC. Em conjunto, nossos resultados demonstram claramente que a fossa nasal é o principal local de invasão e multiplicação do T. cruzi durante processos de infecção oral. Demonstramos ainda que a infecção oral favorece o tropismo do parasito para o sistema nervoso central