Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Verly, Thaiane de Sousa |
Orientador(a): |
Britto, Constança Felícia De Paoli de Carvalho |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/49198
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Resumo: |
Embora o Brasil mantenha constante a operação de vigilância e controle dos principais vetores da doença de Chagas, o risco de transmissão do Trypanosoma cruzi ainda persiste. Estimativas de taxas de infecção natural por T. cruzi em triatomíneos são importantes para avaliar um possível risco de transmissão vetorial. Deste modo, o objetivo do presente estudo é estimar taxas de infecção natural, carga parasitária e caracterização de linhagens de T. cruzi diretamente de triatomíneos capturados em dois biomas brasileiros: Caatinga e Pampa. A técnica de PCR convencional multiplex, por apresentar maior sensibilidade, reprodutibilidade e fidedignidade, comparada à observação microscópica direta do parasito, foi utilizada para a detecção simultânea do DNA cinetoplástico de T. cruzi e da subunidade 12S do gene ribossomal de triatomíneos. Para a estimativa da carga parasitária por qPCR, foram realizados ensaios de quantificação absoluta utilizando o sistema TaqMan multiplex, com o mesmo alvo para triatomíneos e empregando o DNA nuclear satélite de T. cruzi. A caracterização molecular do parasito foi realizada a partir de adaptações dos algoritmos de PCR preconizados previamente. A PCR convencional multiplex demonstrou sensibilidade superior à microscopia para o diagnóstico de triatomíneos coletados. No Ceará o percentual de positividade para T. cruzi, por PCR, foi maior em P. lutzi (6/7; 85,7%), seguido de T. brasiliensis (29/158; 18,4%) e T. pseudomaculata (28/230; 12,2%). As maiores cargas parasitárias observadas foram em T. pseudomaculata e T. brasiliensis (9,1 × 107 e 1,9 × 107 equivalentes de parasito, respectivamente), e a menor em P. lutzi (1,2 × 10-2 equivalentes de T. cruzi). O genótipo TcI foi detectado em T. brasiliensis, T. pseudomaculata e P. lutzi; e as DTUs TcV, TcII e TcVI em T. brasiliensis. Coinfecções por TcIII+V e TcI+II/V/VI foram observadas em P. lutzi e em T. brasiliensis, respectivamente. T. brasiliensis infectados com TcII e TcVI apresentaram cargas parasitárias mais altas (1,8 × 107 e 1,9 × 107 equivalentes de parasito, respectivamente). No Rio Grande do Sul a taxa de infecção natural foi superior em T. rubrovaria (4/8; 50%), seguido de T. circummaculata (3/9; 33,3%), T. infestans (10/123; 8,1%) e T. carcavalloi (2/33; 6,1%). Entre os Triatoma sp., 4,8% (11/228) foram positivas para T. cruzi. A maior carga parasitária foi observada em T. rubrovaria (3 × 107 equivalentes de parasito) e as mais baixas em Triatoma sp. e T. infestans (1,5 × 101 e 2,1 × 101 equivalentes de T. cruzi, respectivamente). TcI foi encontrada em T. rubrovaria, T. infestans e Triatoma sp.. T. circummaculata continha coinfecção por TcI+IV. A presença de triatomíneos infectados por T. cruzi nos ambientes domiciliar e peridomiciliar sugerem um possível risco de transmissão em humanos nas regiões estudadas. Além disso, os dados apresentados demonstram que o ciclo de transmissão de T. cruzi nos diferentes ecótopos é altamente complexo e que a distribuição geográfica dos genótipos do parasito é subestimada no Brasil, sendo necessárias novas investigações para uma melhor compreensão acerca da interação parasito-vetor-hospedeiro-reservatório. O presente estudo confirmou a fidedignidade das técnicas moleculares empregadas para a avaliação de triatomíneos naturalmente infectados por T. cruzi. |