Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Pontes, Bianca Silva de |
Orientador(a): |
Monteiro, Simone Souza |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34933
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Resumo: |
As estratégias de comunicação desenvolvidas no campo das IST/Aids integram um conjunto de ações destinadas à prevenção dessas doenças. São veiculadas campanhas na mídia e distribuídos materiais educativos para os serviços de saúde e grupos populacionais. Diante do aumento de casos de Aids entre mulheres a partir dos anos 1990, foram desenvolvidos programas e ações preventivas para gestantes visando a prevenção à transmissão vertical do HIV. Frente à relevância dos materiais educativos nas ações de prevenção, este trabalho objetivou investigar a recepção de mensagens e produção de sentidos sobre prevenção das IST/Aids por gestantes atendidas no Sistema Único de Saúde. O estudo, de abordagem qualitativa, adotou diferentes técnicas de pesquisa, quais sejam: 1) análise dos elementos do contexto de produção e do dispositivo de enunciação de 14 peças comunicacionais sobre prevenção das IST/Aids destinadas às gestantes; 2) observações diretas de uma atividade educativa promovida em um serviço de saúde, do nível da Atenção Básica, situado na Zona Norte do município do Rio de Janeiro; 3) grupos focais com seis gestantes atendidas no serviço investigado, destinados à leitura dos 14 materiais educativos. A análise do dispositivo da enunciação e das condições de produção dos materiais demonstrou que o modo como o enunciador semantiza a sífilis e o HIV/Aids, e constrói sua própria imagem e a do destinatário, está atrelado às especificidades do momento histórico-político em que os discursos foram produzidos. A ideia da mãe-protetora, ancorada ao repertório linguístico do campo médico-sanitário, norteia a interação proposta nos materiais e alicerça as condutas previstas para a prevenção da transmissão vertical da sífilis e do HIV. Na interação das gestantes com os materiais educativos constatou-se que concepções prévias sobre o cuidado à saúde e as normas de gênero se constituem como uma rede de significações onde os sentidos sobre prevenção são construídos. O grupo sinalizou a falta da menção ao parceiro como agente conjunto no cuidado à saúde da criança e a massiva comunicação sobre a realização dos testes para sífilis e HIV durante a gestação, indicando a percepção sobre prevenção a partir do cuidado com a saúde do bebê. Os achados apontam para a necessidade do desenvolvimento de ações de comunicação que integrem as diferentes fases de vida das mulheres, assim como a atenção a fatores socioculturais, como as normas e concepções de gênero, que moldam a epidemia de HIV/Aids entre as mulheres e condicionam sua vulnerabilidade à infecção. |