Biomphalaria tenagophila guaibensis (MOLLUSCA: PLANORBIDAE): avaliação da suscetibilidade a Schistosoma mansoni e do status de subespécie

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Braga, Lidiane Bento
Orientador(a): Caldeira, Roberta Lima
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4284
Resumo: O registro da única subespécie do gênero Biomphalaria no Brasil, Biomphalaria tenagophila guaibensis, foi realizado no sul do país por Paraense (1984). A subespécie foi assim classificada devido a similaridades morfológicas com Biomphalaria tenagophila, especialmente pela presença de uma bolsa vaginal. Esta característica é a principal diferença que distingue esta subespécie de Biomphalaria occidentalis, espécie com a qual apresenta, também, grandes semelhanças. Informações sobre esta subespécie são escassas, inexistem dados de cruzamento de B. t. guaibensis com B. tenagophila e com B. occidentalis e há apenas um experimento demonstrando que esta subespécie não infectou-se quando exposta a cinco miracídios/molusco da cepa SJ de Schistosoma mansoni. Estas lacunas geram dúvidas quanto à classificação taxonômica da subespécie, uma vez que estudos de relação filogenética demonstram uma afinidade maior de B. t. guaibensis e B. occidentalis do que com B. tenagophila. No intuito de ampliar os conhecimentos sobre esta subespécie, esta dissertação teve como objetivos 1) investigar possível cruzamento com as duas espécies crípticas, utilizando o caráter de albinismo e a técnica molecular de PCR-RFLP; 2) verificar a sua suscetibilidade a S. mansoni, com três diferentes cepas AL, SJ, e LE e 50 e 100 miracídios/molusco e 3) verificar a suscetibilidade dos moluscos F1 e F2 de possíveis cruzamentos. No cruzamento B. t. guaibensis X B. tenagophila albino, quatro albinos (27%) geraram F1 pigmentada, e o perfil molecular obtido foi de B. t. guaibensis, enquanto B. t. guaibensis x B. occidentalis não apresentaram evidências de cruzamento. Nos experimentos de exposição a S. mansoni, os moluscos B. t. guaibensis e os moluscos pigmentados F1 e F2 de B. tenagophila albino resultantes do cruzamento com B. t. guaibensis não se infectaram. Esses dados têm importância epidemiológica, uma vez que, afasta a possibilidade de focos da esquistossomose em regiões onde somente essa subespécie está presente. E ainda, foi demonstrado que o posicionamento de B. t. guaibensis como subespécie é válido, uma vez que houve cruzamento comprovado entre a B. t. guaibensis e a espécie B. tenagophila, e que, há isolamento reprodutivo entre B. t. guaibensis e B. occidentalis.