Análise geoespacial da distribuição de flebotomíneos e cães com leishmaniose visceral no município de Angra dos Reis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Corrêa, Karen da Cruz Berquó Ururahy
Orientador(a): Xavier, Samanta Cristina das Chagas, Roque, André Luiz Rodrigues
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/37769
Resumo: A Leishmaniose Visceral (LV) é causada pelo protozoário da espécie Leishmania (Leishmania) infantum, zoonose que tem incriminado como principal vetor Lutzomyia longipalpis e tem o cão como principal reservatório doméstico. O Sensoriamento Remoto (SR) e o Sistema de Informações Geográficas (SIG) integram a tríade parasito-vetor-hospedeiro, além de identificar as variáveis ambientais relacionadas à ocorrência e distribuição dessas parasitoses. Os aspectos do meio ambiental estão diretamente ligados à proliferação dos agentes infecciosos, vetores e reservatórios. O objetivo deste trabalho foi correlacionar os aspectos ambientais com a distribuição espacial de flebotomíneos e cães com LV, em três bairros do município de Angra dos Reis, RJ. Os bairros Areal, Banqueta e Japuíba agrupam os casos de notificação humana e canina de LV, sem que haja, até o momento, estudos que tenham determinado a presença do potencial vetor na parte continental do município. Foram realizadas no período de dezembro de 2017 a novembro de 2018: (i) captura e identificação da fauna de flebótomos; (ii) coleta de amostras de sangue dos cães para diagnóstico sorológico da infecção; e (iii) georreferencimento de cada ponto de coleta com o auxílio de GPS, os quais foram analisados em um Sistema de Informação Geográfico (SIG) Foram levantados dados climáticos mensais da região, obtidos de seis estações meteorológicas do INMET e a partir desse levantamento foram construídos mapas das variáveis climáticas através da técnica de interpolação pelo método do IDW (Peso pelo Inverso da Distância). Foram obtidas imagens mensais de NDVI (Índice de Vegetação por Diferença Normalizada) geradas a partir do satélite MODIS, referentes ao período de investigação para captura de feblotomíneos e coleta das amostras caninas. Foram instaladas ao todo 70 armadilhas CDC (intradomicílio e peridomiciliares) para coleta de flebotomíneos. Foram capturados 10 exemplares: viii Nyssomyia intermedia (n= 3), Brumptomyia brumpti (n= 1), Psychodopygus hirsutus hirsutus (n= 4), Micropygomyia quinquefer (n= 1), Psathyromyia pelloni (n= 1). Setenta e uma amostras de soro canino (13%; n=550) foram positivas no teste rápido de triagem DPP-LVC: (n=15) do bairro Areal, (n=24) do bairro Banqueta e (n=32) do bairro Japuiba. No teste confirmatório ELISA foi possível confirmar a infecção por Leishmaniose visceral canina (LVC) em 10 amostras (15%), sendo (2/15) em Areal, (4/24) na Banqueta e (4/32) na Japuíba. Não foi observada relação entre as variáveis ambientais e presença de cães positivos, temperatura instantânea e máxima foram as variáveis com maior influência na captura intradomiciliar de flebotomíneos. Já na coleta peridomiciliar, as variáveis mais significativas foram precipitação e vegetação. Ainda foi implementado um SIG de monitoramento Ambiental da LV para monitorar casos humanos notificados, inquérito sorológico canino, casos caninos positivos, locais com presença de flebotomíneos e locais no qual foram realizados o levantamento entomológico.