Avaliação da resposta terapêutica da terbinafina na esporotricose felina e canina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Viana, Paula Gonçalves
Orientador(a): Pereira, Sandro Antonio, Gremião, Isabella Dib Ferreira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/49294
Resumo: Esporotricose é causada por fungos do gênero Sporothrix, que infectam humanos e animais. O itraconazol é o medicamento de escolha no tratamento felino e canino, entretanto, casos de falha terapêutica são descritos. A terbinafina possui excelente atividade in vitro frente a isolados clínicos de Sporothrix sp.. No entanto, existe apenas um estudo sobre o uso da terbinafina no tratamento da esporotricose felina, cujo resultado foi inconclusivo, e não foram encontrados estudos sobre o uso desse antifúngico na terapêutica de cães com essa micose. Portanto, este estudo teve como objetivo avaliar o uso da terbinafina no tratamento de gatos e cães com esporotricose. Foi realizado um estudo prospectivo e descritivo em gatos e cães com diagnóstico definitivo de esporotricose, acompanhados no Laboratório de Pesquisa Clínica em Dermatozoonoses em Animais Domésticos, Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas/Fiocruz (2017-2019). Foram incluídos 54 gatos e 24 cães, os quais foram submetidos mensalmente a exame clínico geral e exames laboratoriais. O tratamento consistiu na administração oral de terbinafina na dose inicial de 30 mg/kg, a cada 24 horas. Nos casos de resposta clínica insatisfatória, a dose foi aumentada progressivamente a cada mês até 60 mg/kg, a cada 24 horas. A maioria dos gatos era macho, sem raça definida, em bom estado geral, com acesso à rua, provenientes do município do Rio de Janeiro Houve predomínio de gatos com lesões cutâneas em uma única localização anatômica, sendo a úlcera o tipo mais frequente. Sinais extracutâneos estavam presentes na maioria dos felinos, principalmante espirros. Dos gatos que apresentaram lesão em mucosa, todos tiveram comprometimento da mucosa nasal. Apenas 18,2% dos gatos obtiveram a cura clínica, porém houve um alto índice de perda de seguimento terapêutico (44,4%). A frequência de reações adversas foi alta, sendo as gastrointestinais as mais frequentes (40,7%). A terbinafina foi efetiva em 18,5% dos casos felinos., mesmo utilizando uma dose mediana alta do medicamento. Os cães, na sua maioria, eram machos, sem raça definida, em bom estado geral, residentes no município do Rio de Janeiro. A forma clínica cutânea localizada foi a mais frequente, assim como as úlceras foram as lesões mais frequentes. Dos cães que apresentaram lesão em mucosa, todos tiveram a mucosa nasal acometida. Os sinais extracutâneos estavam presentes na maioria dos caninos, principalmente espirros. A terbinafina foi efetiva em 41,7% dos casos caninos. A frequência de reações adversas foi baixa (19%) nos cães tratados, sendo as gastrointestinais as mais frequentes. Os resultados do presente estudo demonstraram que a efetividade da terbinafina em gatos foi baixa, no entanto é uma alternativa para o tratamento da esporotricose canina.