Estudo da imunidade à saliva de Lutzomyia longipalpis em hamsters: vacinas de DNA baseadas na saliva de L. longipalpis são capazes de proteger contra leishmaniose visceral

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Gomes, Regis Bernardo Brandim
Orientador(a): Brodskyn, Cláudia Ida
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34021
Resumo: O hamster (Mesocricetus auratus) tem sido bastante utilizado como modelo para o estudo da leishmaniose visceral (LV) causada pela Leishmania (L) donovani, Leishmania (L) infantum e Leishmania (L) chagasi. Entretanto, algumas características que reproduzem a biologia da transmissão natural das leishmanioses, como baixas doses de parasitas, a via de inoculação e, mais recentemente, a presença da saliva do vetor, não têm sido consideradas neste modelo. No presente trabalho, foram utilizados hamsters machos (3-4 meses de idade) inoculados por via intradérmica com 105 promastigotas de L. (L) chagasi na presença ou ausência de sonicado de glândula salivar (SOS) de L. longipalpis, estabelecendo-se a infecção parasitária com sintomas semelhantes aos observados na LV humana: hepatoesplenomegalia, hipergamaglobulinemia, caquexia e morte dos animais com 5 a 6 meses pós-infecção. Os parasitas foram detectados no sangue, baço e figado com 15 dias, 2 e 5 meses pós-infecção. A presença do SOS não altera a carga parasitária no baço e figado dos hamsters. Entretanto, foi observada uma expressão preferencial de TGF-β e IFN-y nos hamsters inoculados com parasita mais SOS durante o curso da infecção. Utilizando este modelo de infecção intradérmica em hamsters, quatro candidatos a vacinas de DNA que codificam proteínas salivares do vetor Lutzomyia longipalpis, selecionados a partir de dezesseis candidatos, foram avaliados quanto à sua capacidade de proteger os animais após um desafio com L. (L) chagasi mais SOS. Os plasmídios avaliados induziram a produção de anticorpos, hipersensibilidade tardia (DTH) ou ambas as respostas, contra a saliva total do vetor. O plasmídio que codifica uma proteína salivar de 61 kDa (LJLll) induz uma intensa resposta humoral anti-saliva, mas não foi capaz de proteger contra a infecção. Entretanto, a imunização com o plasmídeo que codifica uma proteína de 11 kDa (LJMI9) resultou exclusivamente em resposta de hipersensibilidade tardia e foi capaz de induzir proteção de longa duração com baixa carga parasitária, alta produção de IFN-y, baixa produção de TOF-β no baço e figado, além de alta concentração de NO no soro dos animais. Este resultado representa a primeira descrição de uma proteína salivar de L. longipalpis capaz de proteger contra a infecção por L. (L) chagasi e o seu efeito letal neste modelo. Estes resultados podem levar a novas abordagens para o controle da doença e à extensão desses ensaios de imunização a outros modelos animais importantes para a transmissão da LV, como por exemplo, o cão.