Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Gonçalves, Daniela da Silva |
Orientador(a): |
Moreira, Luciano Andrade |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34406
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Resumo: |
As leishmanioses são importantes doenças negligenciadas causadas pelo parasito Leishmania spp. e são transmitidas por flebotomíneos, sendo Lutzomyia longipalpis o principal vetor do agente causador de leishmaniose visceral nas Américas. As metodologias de controle da leishmaniose baseadas no tratamento dos doentes, controle vetorial utilizando-se inseticidas e eutanásia de cães infectados não são eficientes, resultando em cerca de 1,5 milhão de casos registrados anualmente em todo o mundo, o que aponta uma necessidade de se desenvolver novas estratégias e intervenções para o controle da doença. A bactéria Wolbachia pipientis está sendo usada para o controle de arbovírus transmitidos por mosquitos, como os vírus da Dengue e Zika, e sua introdução em vetores de patógenos causadores de doenças foi eficaz contra parasitos como o Plasmodium. Neste trabalho, mostramos o primeiro estabelecimento bem-sucedido da W. pipientis em duas diferentes linhagens celulares embrionárias de L. longipalpis, LL-5 e Lulo, e analisamos seus efeitos no sistema imune inato destas células, seguido pela interação in vitro de Leishmania infantum com células transfectadas por Wi pipientis. Nossos resultados mostram que após diversas tentativas, a cepa wMel não foi capaz de estabelecer uma infecção estável em nenhuma das linhagens celulares de flebotomíneos. Por outro lado, a cepa wMelPop-CLA foi capaz de infectar e se manter nas células Lulo em alta densidade, enquanto que em LL-5 em níveis mais baixos. As células LL-5 responderam às cepas wMel e wMelPop-CLA nas primeiras 72 horas pós-infecção, através da expressão de peptídeos antimicrobianos e óxido nítrico, resultando na diminuição da detecção de W. pipientis nos estágios iniciais da infecção. A presença de W. pipientis, após uma infecção estável em LL-5, não causou nenhum efeito na expressão de genes do sistema imune. Já nas células Lulo com infecção estável por W. pipientis, a expressão de genes de imunidade envolvidos com a regulação negativa das vias imunes inatas de IMD, Toll e Jak-Stat foi significativamente reduzida, em comparação com o controle não infectado, sugerindo ativação imune após transinfecção por W. pipientis. Além disso, a transinfecção por W. pipientis não promoveu um efeito negativo sobre a carga parasitária de L. infantum nessas células. Interessantemente, a presença de W. pipientis diminuiu significativamente a carga viral de um dos vírus endógenos presentes naturalmente nesta linhagem celular, em comparação com o controle não infectado. Como conclusão, as respostas imunes iniciais fortes observadas em células LL-5 podem explicar a ineficiência de infecções estáveis e com alta densidade nessas células. Em relação às células Lulo, a alta densidade indicou que esta linhagem se apresentou mais permissiva à infecção por W. pipientis, causando um efeito no sistema imune inato, mas não contra a interação in vitro de L. infantum. Isto estabelece as células Lulo como um bom sistema para a adaptação de W. pipientis em L. longipalpis. |