A prática psiquiátrica na Bahia (1874/1947)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2001
Autor(a) principal: Jacobina, Ronaldo Ribeiro
Orientador(a): Amarante, Paulo Duarte de Carvalho
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4433
Resumo: Estudou-sea prática psiquiátrica na Bahia, com ênfase no asilo S. Joäo de Deus/Hospital Juliano Moreira, de 1874 a 1947, com base no referencial da psiquiatria como prática contraditória entre as finalidades de tratamento e controle social. Descreve as crises e reformas do sistema psiquiátrico na Bahia e identifica os sujeitos relevantes. Compreende como o tecno-saber psiquiátrico foi usado para caucionar práticas de violência institucional. Descreve e analisa as condiçöes de vida dos internados. Foram utilizados procedimentos da pesquisa histórica na análise documental dos testemunhos voluntários e involuntários; a organizaçäo das fontes e interpretaçäo discursiva dos internados, agentes intelectuais e subalternos. Na primeira parte foi construído um referencial analítico para a psiquiatria manicomial baiana. Constata uma história quase pendular dos movimentos psiquiátricos. O manicômio, apesar de sucessivas reformas, passou a ser questionado. Na segunda parte, foram analisados os cuidados dispensados aos loucos na Santa Casa de Misericórdia. Os saberes e técnicas psiquiátricos de entäo assimilavam propostas do alienismo francês e do organicismo alemäo. As condiçöes de vida e saúde dos alienados foram analisadas, comparando-se dados de mortalidade com os da situaçäo financeira do asilo. Destaca o estudo de Nina Rodrigues sobre os surtos de beribéri no asilo, suspeitando da etiologia nutricional para a doença. Na terceira e última parte estuda o hospício sob a tutela do Estado. De 1912 a 1930, apesar da construçäo de 9 pavilhöes, o asilo permanecia superlotado. De 1931 a 1947, predominantemente autoritário, a crise financeira repercutiu no hospital. Os diretores e demais agentes intelectuais tinham formaçäo organicista e eram apologéticos da higiene mental. A noçäo de degeneraçäo serviu para caucionar práticas moralistas, xenófabas e machistas, destaca a impaludaçäo cerebral, insulino, malario e convulsoterapia química e, principalmente, eletrochoqueterapia. Em todo o período estudado, o manicômio foi o elemento central do sistema de cuidado psiquiátrico da Bahia.