Público ausente no território de centros e museus de ciências: caminhos para a cidadania e o engajamento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Menezes, Débora Teixeira dos Santos e
Orientador(a): Silva, Douglas Falcão
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/50593
Resumo: As pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade socioeconômica no território de centros e museus de ciências, em geral, fazem parte de um público pouco representado na audiência de visitação espontânea destes espaços, ainda que estejam fisicamente próximas. Esta pesquisa parte da perspectiva da divulgação científica, do engajamento com a ciência e inclusão social para investigar os aspectos relacionados ao diálogo estabelecido, ou não, entre estes atores: os museus de ciências e o público em vulnerabilidade socioeconômica do território. Os participantes são profissionais que trabalham em instituições do Brasil, que compartilham seu olhar, experiência profissional e conhecimentos. De caráter qualiquantitativo, o objetivo da pesquisa foi identificar se este diálogo faz parte das práticas dos participantes, e como se passa esta abordagem, possibilitando identificar e descrever os aspectos que colaboram para sua realização, e as principais barreiras que as impeçam. A coleta de dados foi realizada em duas etapas, a primeira constituída de questionário, e a segunda, de entrevistas com roteiro semiestruturado. Em função da pandemia COVID 19 e as recomendações de distanciamento social da OMS, ambas as etapas foram realizadas online.Com base em bibliografia sobre o tema e nos relatos dos participantes, buscou-se identificar caminhos para redução das desigualdades e ampliação do acesso aos centros e museus de ciências por camadas mais amplas da população, permitindo somar elementos para se repensar o papel social dos centros e museus de ciências. A análise dos dados da primeira etapa utilizou a estatística descritiva e a análise de conteúdo por Bardin (2009), e da segunda etapa, o método de análise do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) Os resultados indicam práticas primordialmente direcionadas ao público em idade escolar e em menor proporção ao público adulto, o que é observado nos relatos mesmo quando o diálogo com o território é desenvolvido por meio de programas variados e direcionado à públicos diversos. O principal motivador citado para a realização deste diálogo é a desigualdade do país. A definição de um compromisso institucional de longo prazo é apontado como primeiro passo fundamental na direção da sua realização, seguida da proatividade em estabelecer o diálogo respeitoso com as diferenças. Neste contexto, os relatos compartilham a construção de um legado que colabora para romper desigualdades estruturais. As parcerias despontam como primordiais, tanto para viabilizar o acesso aos novos públicos como para colaborar na preparação de uma abordagem contextualizada das experiências oferecidas. Dentro das instituições onde trabalham, os profissionais participantes relatam que é percebido o engajamento dos visitantes com a ciência, percepção baseada em avaliações de visitas e observação da prática cotidiana. As principais barreiras para atração de públicos diversos estão associadas aos fatores extrínsecos. Entre aqueles participantes que não realizam o diálogo, são mencionados fatores relacionados à falta de prioridade institucional, e em menor intensidade a violência e a pandemia. O tema desperta o interesse de uma parcela dos participantes que não realizam o diálogo com o público em vulnerabilidade socioeconômica do território, desejo expresso nas duas fases de coleta de dados, seja no sentido de retomar tais atividades ou de conhecer caminhos para iniciar a realização deste tipo de diálogo