Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2003 |
Autor(a) principal: |
Kawa, Helia |
Orientador(a): |
Stotz, Eduardo Navarro |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4363
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Resumo: |
A leishmaniose tegumentar na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro tem se caracterizado pela presença de surtos epidêmicos, restritos, articulados e circunscritos à algumas áreas. Os estudos epidemiológicos realizados mostraram o papel dos principais componentes do ciclo de transmissão peri-domiciliar, a distribuição desigual da endemia dentro de um mesmo foco e a presença de um padrão espacial de lugar de transmissão muito característico, reconhecido pela maioria dos pesquisadores da doença naquelas áreas onde a Lu intermedia é transmissora. Contudo, todo o conhecimento acumulado até então, não resultou na capacidade de compreender a persistência e difusão da endemia nas áreas urbanizadas da cidade e tampouco, de que modo, localidades muito semelhantes e próximas, com o vetor amplamente disseminado, podem apresentar diferentes riscos para a mesma endemia. O objetivo do presente estudo é compreender o processo endêmico-epidêmico da leishmaniose tegumentar na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro de 1970 a 2000, relacionando as recentes transformações no processo de ocupação urbana com aquelas associadas ao padrão de transmissão e difusão da endemia, com o intuito de explicar a ocorrência da doença em diferentes localidades desta cidade, e suas relações com os determinantes de ordem mais geral. Foi utilizado o modelo de análise do processo de ocupação e organização do espaço urbano em diferentes escalas e unidades territoriais, considerando as novas funções adquiridas pelos elementos espaciais expressos através de diferentes relações de trabalho, uso do solo e valor da terra. Foram empregadas técnicas de geoprocessamento e de classificação de imagens obtidas por sensoreamento remoto, além de metodologias qualitativas relacionadas à recuperação histórica dos processos de ocupação e uso do solo. A incorporação dos instrumentos de geoprocessamento, combinados às técnicas qualitativas de investigação, possibilitou evidenciar distintas condições de transmissão nas localidades estudadas além de diferentes áreas de transição ou ecótonos. O ecótono rural-florestal, no qual a presença de comunidades rurais em condições de vida precárias e baixa produtividade garantem a persistência e difusão da endemia; O ecótono urbano-florestal, em que ainda existem áreas de agricultura residual além da presença de uma área urbana consolidada, ocorrendo uma transmissão intermediária; e uma variação do ecótono urbano-florestal, na qual o processo de reorganização do espaço urbano encontra-se completamente consolidado desde a década de noventa , sem registro de doentes desde 1994, embora com o vetor presente. O estudo demonstrou também que as técnicas empregadas foram muito úteis para identificar áreas com distintas condições de receptividade à enfermidade, possibilitando o monitoramento da endemia, assim como a aplicação de medidas eficazes para as ações de vigilância e controle da leishmaniose tegumentar na cidade do Rio de Janeiro. |