Estudo da Leishmaniose tegumentar americana no Estado do Mato Grosso, no período de 1994 a 1999

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Hayashi, Emilia Emiko
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17139/tde-24102006-154416/
Resumo: A leshmaniose tegumentar americana (LTA) é uma doença de ampla distribuição no continente, constituindo importante problema de saúde pública na América Latina. No Brasil, são notificados cerca de 35 mil casos novos a cada ano, com maior distribuição nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste. A doença têm uma forte associação com desmatamentos e o estabelecimento de contingentes populacionais em áreas recentemente desbravadas. A região Centro-Oeste do País, notadamente o estado do Mato Grosso, sofreu nas últimas décadas um intenso processo de ocupação desordenada do seu território, passando a mostrar um número progressivamente elevado de casos de LTA. Este trabalho objetivou descrever a evolução da moléstia no Mato Grosso durante o período 1994 a 1999, utilizando dados secundários produzidos na rotina das atividades da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) relativos às 4 áreas distritais em que o Estado era dividido: Distritos 1 (Cáceres), 2 (Nortelândia), 3 (Rondonópolis) e 4 (Sinop). Excluindo-se o ano de 1998, em que problemas operacionais relacionados à distribuição de medicamentos reduziram a notificação de casos, os coeficientes de incidência (10 mil) variaram de 16,5 (em 1997) a 20,6 (em 1999). A LTA mostrou-se crescente no Estado, com todos os municípios apresentando casos em 1999. Em todos os distritos e ao longo de todo o período do estudo, as maiores incidências foram observadas em homens acima de 20 anos de idade. Verificou-se uma distribuição diferenciada da LTA segundo as áreas distritais, com Cáceres mostrando os valores mais reduzidos (5,0 a 5,6 por 10 mil), Rondonópolis com valores intermediários (12,7 a 14,5 por 10 mil) e Nortelândia e Sinop com valores elevados (32,6 a 44,5 e 29,2 a 55,2 por 10 mil, respectivamente). Os baixos valores em Cáceres devem-se, provavelmente, ao fato de corresponder a uma população mais estabilizada. Em contrapartida, os distritos de Nortelândia e, especialmente, Sinop, compreendem áreas que sofreram intenso processo de colonização em anos recentes, com desmatamento para expansão da fronteira agrícola, construção de rodovias e grande afluxo populacional, fatores que explicam os elevados coeficientes de incidência. Os resultados do trabalho mostram que a LTA é uma endemia de grande relevância no Mato Grosso, com transmissão ocorrendo em todo o seu território e de maneira ascendente nos últimos anos da série estudada. A evolução progressiva da doença se fez de modo mais intenso na área do Distrito 4 (Sinop), onde, em 1999, 12 municípios apresentavam coeficientes de incidência acima de 100 casos por 10 mil habitantes.