Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Garcia, Margareth Rose Gomes |
Orientador(a): |
Hortale, Virgínia Alonso |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/46212
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Resumo: |
O objetivo deste estudo foi compreender como o modelo de formação multiprofissional, nas décadas de 1960 e 1970, se tornou uma prática estabelecida em uma instituição de ensino, pesquisa e serviço na área da saúde pública, a Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP). A pesquisa parte do questionamento sobre quais foram as razões, as estratégias e os elementos políticos e pedagógicos que levaram à implementação do modelo na instituição. O estudo é qualitativo de base documental em duas fases. A primeira, que ocorreu em meados da década de 1960, quando a formação em saúde pública começava a ser responsabilidade da ENSP e, ao mesmo tempo, experimentava esse modelo sob a forma de curso em nível de mestrado, denominado à época de \201Cpluriprofissional\201D. A segunda, na metade final da década de 1970, época de implantação do curso Treinamento Avançado em Serviço (TAS), quando foi elaborado o projeto da primeira experiência em formação multiprofissional, em nível de residência. O tratamento analítico se deu a partir da Análise do Discurso Textualmente Orientada (ADTO), de modo que foram analisadas as razões, as estratégias e os grupos de discursos que ancoraram a implementação modelo de formação multiprofissional. As razões da instituição em estabelecer o modelo no seu programa de ensino para o stricto sensu, levando em conta o contexto de mudanças no qual se encontrava, podem ser traduzidas em: capilarização dos princípios da medicina preventiva no ensino e nas práticas de saúde; demanda de que o currículo do ensino de saúde pública considerasse a flexibilidade para a polivalência da ação; dificuldade de atrair a categoria médica; redefinição do perfil do sanitarista; necessidade de formar docentes para essa redefinição; reconhecimento como uma escola de saúde pública de âmbito nacional. As razões para implementá-lo no curso lato sensu, em nível de residência, se devem: ao aumento da complexidade tecnológica e social; à hegemonia da proposta médico-social na formação de recursos humanos; à demanda de formar especialistas para programas de extensão de cobertura em saúde; e a como responder o Programa de Formação em Recursos Humanos da Fiocruz. Observou-se que, em seus períodos de estruturação e reestruturações institucionais, a prática discursiva foi representada predominantemente em alguns grupos de discurso: de sanitaristas; de gestão acadêmica; institucional; e de grupos de interesses (estudantis ou profissionais), os quais expressaram a centralidade desse modelo em seu programa de ensino e, também, na cultura organizacional da instituição. Assim, o estudo compreendeu que, ao estabelecê-lo e ao pautá-lo na agenda da formação em Saúde Pública da Política de Saúde, a instituição pôde assegurar a perpetuação deste modelo. A prática estabelecida pode ser referida como, provavelmente, uma das raízes brasileiras da educação interprofissional na Pós-Graduação. |