Residências Multiprofissionais em Saúde como cenários de implementação da educação interprofissional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Sarmento, Lidiane de Freitas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social Hesio Cordeiro
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20411
Resumo: As complexas demandas de saúde da sociedade contemporânea exigem a construção de um perfil profissional e uma força de trabalho em saúde mais integrada. A Educação Interprofissional em Saúde (EIP) para a prática colaborativa centrada no paciente vem sendo globalmente reconhecida como estratégia capaz de fomentar mudanças na formação e melhorar os resultados em saúde. Pautada pela integração ensino-serviço-comunidade e pela formação para o trabalho em equipe, buscando superar a tendência da atuação profissional isolada e fragmentada, a Residência Multiprofissional em Saúde (RMS) constitui-se modalidade de educação em serviço favorável ao desenvolvimento de competências colaborativas interprofissionais. Nesta compreensão, esta tese objetivou analisar o contexto educacional de programas de RMS na perspectiva da EIP e das práticas colaborativas em saúde. Para isso, realizou-se um estudo de casos múltiplos, multimétodo, exploratório e descritivo, entre março e novembro de 2020, com 86 atores de três programas de RMS do município do Rio de Janeiro. Os dados foram coletados por meio de pesquisa bibliográfica sobre o tema da EIP nas RMS; análise documental dos projetos político-pedagógicos (PPP) dos programas; survey online e aplicação da Escala Jefferson de Atitudes Relacionadas à Colaboração Interprofissional (EJARCI) aos residentes e preceptores; e entrevistas semiestruturadas online com os coordenadores dos cursos. A análise e a conjugação dos dados foram orientadas pelo referencial teórico-metodológico da EIP. As publicações encontradas na pesquisa bibliográfica são majoritariamente relatos de experiência que avaliaram os impactos da adoção de estratégias de EIP, estudos de percepção dos residentes sobre a atuação interprofissional, e análises de PPP. Neste estudo, a partir da análise documental, verificou-se que os PPP dos três programas de RMS se aproximam dos preceitos da EIP, porém não apresentam uma estruturação padronizada e orientada para o desenvolvimento de competências interprofissionais. A análise da EJARCI demonstrou atitude favorável para a colaboração interprofissional de todos os atores, sem diferenças estatísticas entre as variáveis estudadas. O survey e entrevistas indicaram que as RMS configuram-se como cenários educacionais potentes para a aquisição de competências colaborativas, uma vez que promovem a comunicação e trocas de conhecimentos entre diferentes profissionais a partir de atividades integradoras e metodologias de ensino contextuais que visam à integralidade do cuidado. As barreiras que limitam o sucesso da EIP nas RMS poderiam ser mitigadas por meio de qualificação de docentes e preceptores, reorganização da carga horária de trabalho dos residentes, aprofundamento do uso de metodologias interativas, maior interação com a residência médica, e diversificação dos cenários e atividades que propiciem a integração interprofissional.