A trajetória científica de Henrique da Rocha Lima e as relações Brasil-Alemanha (1901-1956)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Silva, André Felipe Cândido da
Orientador(a): Benchimol, Jaime Larry
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/17801
Resumo: O presente trabalho aborda a trajetória de Henrique da Rocha Lima (1879-1956), médico brasileiro que ganhou projeção internacional ao desenvolver prolífica atividade científica no Instituto de Doenças Marítimas e Tropicais de Hamburgo, entre 1909 e 1927. Rocha Lima fez parte da primeira geração de pesquisadores recrutados por Oswaldo Cruz para a formação de um instituto de medicina experimental em Manguinhos. No também chamado Tropeninstitut, ele pesquisou doenças como a febre amarela, na qual descreveu as lesões hepáticas empregadas no diagnóstico necroscópico, a doença de Chagas, histoplasmose, doença de Carrión, malária e blastomicoses. Mas foi no estudo do tifo exantemático, que grassou em severas epidemias durante a Primeira Guerra, que alcançou sua maior realização, descrevendo o agente causador da doença e identificando uma nova categoria de microrganismos, asriquétsias. Lastreado pelo prestígio obtido em ambos os lados do Atlântico e pela rede de contatos por ele tecida, Rocha Lima pôde atuar como um dos mais destacados promotores das relações científicas Brasil-Alemanha na primeira metade do século XX. Depois de retornar ao Brasil em 1928, dedicou-se à consolidação do recém-fundado Instituto Biológico de São Paulo no cenário científico, cuja direção ocupou de 1933 a 1949. O itinerário profissional de Rocha Lima lança luz sobre as densas relações nas quais fluíram idéias, pessoas e objetos, através da correspondência pública e privada, das publicações e congressos, da remessa dematerial biológico e do intercâmbio de estudantes e pesquisadores. Trajetórias e reputações de pessoas e instituições foram legitimadas através desse movimento, como mostra a carreira incomum de Rocha Lima, um sul-americano, que construiu sua identidade científica de forma bem-sucedida no Velho Mundo, seguindo na contramão do fluxo habitual daqueles anos.