Histórias do processo transexualizador: o lugar da família e a construção dos novos corpos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Nogueira, Janne Ruth Nunes
Orientador(a): Severo, Fernanda Maria Duarte
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/49836
Resumo: O Processo Transexualizador é um conjunto de ações voltadas à atenção à saúde na transição de gênero. Foi instituído no Sistema de Único de Saúde (SUS) em 2008, é embasado em Resoluções do Conselho Federal de Medicina (CFM) e foi redefinido por meio da Portaria GM/MS nº 2.803. O objetivo desta pesquisa é ampliar o debate sobre o lugar da família no Processo Transexualizador por meio de narrativas em primeira pessoa acerca de suas experiências com essas transformações. Foi realizado estudo exploratório e narrativo, baseado em premissas teórico conceituais das ciências sociais e históricas. Com a pandemia do Covid-19 foi necessário estruturar a pesquisa de campo em três fases: a) busca ativa pelas participantes através do Facebook no Grupo Mães pela Diversidade e, envio de banner e áudio via Whatsapp; b) entrevista em profundidade com dois transexuais; c)entrevista em profundidade com três participantes da primeira fase através da Plataforma Teams. Todo o contato das pesquisadoras com os depoentes foram virtuais e em nenhum momento encontraram-se presencialmente. Alcançou-se algumas compreensões sobre as famílias trans como: o reencontrar-se como mãe ou pai de um(a) filho(a) trans se dá de forma solitária e em meio a falta de informação sobre o Processo Transexualizador; é unânime o medo da violência e da discriminação; há uma busca incessante de informações, como alternativa para estar junto aos seus filhos(as); existe dificuldade em lidar com a alteração do nome e desvincular-se das expectativas construídas a partir das vivências no coletivo surgiu a necessidade de ampliar a resistência pela justiça social, fortalecer as políticas públicas e criar aparatos legais que assegurem seus direitos; a busca pela assistência à saúde inicia-se de forma individual que por solidariedade partilham em redes sociais o itinerário percorrido e a parcerias traçadas com profissionais liberais, ONG\2019s, instituições públicas e privadas; a minoria das famílias precisou de assistência à saúde frente ao processo trans de seus filhos, os que necessitaram recorreram assistência privada.