Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Santos, Francisco Charles Bezerra dos |
Orientador(a): |
Roque, André Luiz Rodrigues,
Jansen-Franken, Ana Maria |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/26340
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Resumo: |
Os morcegos são hospedeiros antigos de Trypanosoma spp. e sua capacidade de voar, longevidade e adaptabilidade a ambientes distintos indicam que eles são dispersores eficientes de parasitas. Apesar da reconhecida abundância e dispersão dos quirópteros na Amazônia, estudos sobre a diversidade destes são escassos. Considerando que a Amazônia abrange aproximadamente 50% do território nacional e que tem a maior parte da biodiversidade do planeta, é de se esperar o encontro de uma grande diversidade de espécies descritas e/ou novas de Trypanosoma circulando entre sua quiropterofauna. O estado do Acre, embora não considerado área endêmica de doença de Chagas, vem apresentando crescente número de casos. O objetivo deste trabalho foi descrever a quiropterofauna e seus tripanossomas associados em áreas com diferentes paisagens ecológicas e graus de perturbação em um município urbanizado e outro rural do estado do Acre. Os morcegos foram coletados em quatro expedições realizadas em uma floresta urbana (PZ) e uma área mais preservada (SC) nos municípios de Rio Branco e Xapuri, respectivamente A infecção Trypanosoma spp. foi detectada por hemocultura e exame à fresco. Espécies isoladas de parasitas foram identificadas por similaridade da sequência de DNA obtida a partir da PCR 18S rDNA com isolados de referência. No total, foram examinados 367 morcegos de 23 gêneros e 32 espécies, sem diferença significativa entre o número de quirópteros capturados nas duas áreas. A composição da quiropterofauna foi específica para cada município, embora Artibeus spp. e Carollia spp. Tenham prevalecido em ambas as áreas. Houve diferença significativa em relação à diversidade de espécies de morcegos, sendo SC superior ao PZ. As espécies Artibeus obscurus, Carollia benkeithi e os gêneros Vampyrum, Vampyressa, Stunira, Sarcopteryx, Rhinophylla, Lophostema, Lasiurus e Desmodus foram encontrados exclusivamente no SC. Os gêneros Mimon e Micronycteris foram encontrados exclusivamente no PZ Dentre os gradientes estudados, a área intermediária de ambos os municípios teve a maior abundância relativa, riqueza de espécies e taxas de infecção. De modo geral, a infecção foi detectada em 85 morcegos (23,2%). No SC observamos maior número de morcegos infectados e maior diversidade de espécies de morcegos em todas as áreas coletadas. Os genótipos mais distribuídos e prevalentes foram (em ordem): T. cruzi TcI, T. c. marinkellei, T. dionisii, T. cruzi TcIV e T. rangeli. Dois isolados do mesmo morcego apresentaram identidade para diferentes espécies em comparação com as sequências de GenBank, sendo que uma agrupou-se no mesmo ramo que os tripanossomas descritos em morcegos neotropicais, entre T. wauwau e Trypanosoma spp RNMO56 e 63 (possível nova espécie). Observamos pelo menos 6 espécies diferentes e/ou DTUs de T. cruzi e duas infecções mistas em morcegos do Acre. T. cruzi TcIV foi detectado apenas nas áreas mais preservadas do PZ (A1 e A2) e no SC, e este último co-infecção com T. c. marinkellei. A detecção de T. cruzi TcI e TcIV (associadas à doença de Chagas no bioma amazônico) sugere a importância desses hospedeiros mamíferos na epidemiologia da doença no estado do Acre. |