Hegemonia e contra-hegemonia nas artes de curar oitocentistas brasileiras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Almeida, Diadiney Helena de
Orientador(a): Santos, Fernando Sérgio Dumas dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/6088
Resumo: No decorrer da primeira metade do século XIX, os curadores populares que atuavam no Rio de Janeiro estiveram inseridos num processo de desqualificação de seus saberes de cura, ao mesmo tempo em que a medicina acadêmica empreendia um projeto de construção da sua hegemonia nas artes de curar. Objetiva-se aqui ampliar a compreensão sobre os curadores que nunca se licenciaram e, por fim, sobre todos os curadores que tiveram suas práticas de cura desqualificadas a partir de então. Busca-se demonstrar como os médicos da Academia Imperial de Medicina, ao se apropriar dos conhecimentos das ervas medicinais, descontextualizaram um saber próprio do universo cultural de práticas e saberes dos curadores a fim de transformá-lo em conhecimento científico caracterizando um processo de tradução científica. Por fim, a análise das evidências acerca da identidade dos curadores e de suas práticas de cura levará a uma interpretação do processo contra-hegemônico identificado pela resistência representada nas ações cotidianas e culturais da sociedade brasileira, apontando para a permanência das práticas de cura populares ao longo do tempo.