O ofício da parturição e o cuidado do corpo feminino: estudo a partir de um manual de parto do Rio de Janeiro Imperial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Zan, Sara Fernanda
Orientador(a): Fonseca, Maria Rachel de Gomensoro Fróes da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/53509
Resumo: O presente trabalho busca analisar o ofício da parturição e o cuidado com o corpo feminino, no Rio de Janeiro Imperial, tendo como fonte principal a obra “Compendio das doenças e outras indisposições das mulheres, para servir de Guia ás parteiras na Arte dos Partos, procedido d’huma dissertação sobre o Tacto”, de autoria da francesa Stephanie Marie Françoise Warnault (1806- ), conhecida como Mme. Estephania Berthou, e publicada em 1830 pela Typografia Imperial de Émile Seignot-Plancher. O “Compendio” foi publicado durante o período que a parteira francesa residiu no Brasil, e tinha como objetivo instruir aquelas que tivessem interesse na arte dos partos. Para subsidiar a dissertação foram utilizadas diversas fontes primárias, como ofícios da Câmara Municipal, e manuais médicos, e, periódicos, como Almanak Laemmert, Diario do Rio de Janeiro, Correio Mercantil e Jornal do Commercio, para identificação das praticantes da arte dos partos e de suas trajetórias. Foi possível observar a diversidade de atuação das parteiras, das leigas, das examinadas e das diplomadas, que coexistiam no recorte temporal escolhido, bem como, o impacto que a regulamentação e a criação de um curso de partos tiveram na trajetória dessas praticantes. Considerando a trajetória de Mme. Berthou, sua formação na Faculté de Médecine de Paris, e sua atuação no Rio de Janeiro – incluindo na Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro – analisamos o papel social das parteiras e suas incumbências e limites no cuidado do corpo feminino. Em sua prática, as parteiras ditas leigas, baseadas principalmente em conhecimentos disseminados pelas parteiras diplomadas, indicavam para as mulheres as noções de saúde, as informações sobre as moléstias que as acometiam e sobre o bom funcionamento do corpo regulado