Da prescrição à criação: inteligência prática, produção de cuidado e invisibilidade no trabalho de uma equipe de enfermagem em oncologia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Fonseca, Maria Liana Gesteira
Orientador(a): Sá, Marília de Castilho
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/18015
Resumo: Esta tese tem como principal objetivo investigar os usos da inteligência prática no trabalho de uma equipe de enfermagem que atua em uma enfermaria oncológica. O conceito inteligência prática foi cunhado por Christophe Dejours, criador da Psicodinâmica do Trabalho (PDT), para designar os saberes construídos pelos trabalhadores na passagem do trabalho prescrito ao trabalho real. Este conceito está ligado aos demais conceitos da PDT, tais como Dinâmica Prazer-Sofrimento no Trabalho, Real do Trabalho e Dinâmica do Reconhecimento. A tese usou metodologia de investigação qualitativa, incluindo observações participantes, entrevistas individuais em profundidade e entrevistas coletivas, embasadas pela abordagem clínica de pesquisa, que considera a relação do pesquisador com seu campo de investigação e o próprio ato de investigação como uma intervenção. Os resultados apontam para um contexto de exercício do trabalho que desafia a saúde física e mental dos trabalhadores; a capacidade desses trabalhadores, em meio a este contexto, de exercer modos próprios de produção do cuidado, colocando a inteligência prática a serviço do cuidado na relação com os pacientes e suas famílias, mas limitado pelas fortes pressões de tempo e de um quantitativo de trabalhadores insuficientes; um contexto amplo da saúde pública influenciado pelo gerencialismo, focado prioritariamente em metas quantitativas, que deixam o exercício deste trabalho na invisibilidade e o sentido do trabalho, advindo principalmente da relação destes trabalhadores com os pacientes oncológicos.