Potencial Zoonótico por Dirofilaria immitis (Leidy, 1856) Raillet & Henry, 1911 na Baixada Fluminense do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Vieira, Viviane Marques de Andrade
Orientador(a): Moraes Neto, Antonio Henrique Almeida de, Gazêta, Gilberto Salles
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/37288
Resumo: Dirofilaria immitis é o bioagente patogênico da dirofilariose, agravo frequente à saúde dos cães, principalmente em áreas costeiras de regiões tropicais e subtropicais. A dirofilariose humana é uma zoonose considerada acidental, presente em diferentes países, inclusive no Brasil. O objetivo deste estudo foi analisar a ocorrência da infecção canina por filarídeos nos municípios de Magé, Duque de Caxias, Guapimirim e Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, Estado do Rio de Janeiro. O estudo foi desenvolvido a partir de amostras de sangue de cães nascidos, criados e atendidos em serviços veterinários. Amostras diagnosticadas como positivas após análise pelos testes laboratoriais foram submetidas à PCR-Multiplex e sequenciamento, para identificação específica. Em todos os municípios estudados foram detectados cães infectados. A frequência geral em relação aos casos positivos de cães microfilarêmicos foi de 76,9% (113/147) e deste total, 100 amostras (88,5%) amplificaram o fragmento do gene 12S. As maiores frequências de animais parasitados das amostras do laboratório de patologia clínica foram observadas em Magé (51%; 51/100) e Duque de Caxias (40%; 40/100) (p<0,00; \03C72=23,7; OR=8,71) Cães machos foram os mais parasitados (62,3%; \03C72=1,26; p=0,25), a faixa etária entre 1 a 6 anos foi a mais acometida (62,1%; \03C72=1,96; p=0,16), e a chance de um animal de porte grande ser parasitado é 3,6 vezes maior em relação a um cão de porte médio (63,6%; \03C72=7,47; p=0,02; OR=3,64). Das amostras submetidas à reação de sequenciamento, 93,6% (73/78) foram identificadas como D. immitis e 6,4% (5/78) como Achantocheilonema reconditum. A alta frequência e a consideração de que as áreas onde vivem os cães com D. immitis são ambientes naturais para criadouros dos vetores culicídeos, permitem inferir sobre o estabelecimento e a manutenção do ciclo enzoótico na região analisada, sinalizam sua vulnerabilidade para a ocorrência do ciclo epidêmico e apontam para a possibilidade de ocorrência de casos humanos. O estudo permitiu caracterizar e determinar a ocorrência de filarioses caninas na região e possibilitou a avaliação de risco para a população humana e orientações de medidas integradas de prevenção.