Dirofilaria immitis: infecção canina em fisionomias distintas e susceptibilidade às lactonas macrocíclicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Monteiro, Liliane Maria Valentim Willi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/26241
Resumo: Dirofilaria immitis é o agente etiológico de uma das parasitoses caninas mais relevantes do mundo, a dirofilariose canina, ou verme do coração. No Brasil, a infecção canina foi frequente e distribuída em diversas regiões do país até a década de 1990. Mais tarde, estudos epidemiológicos demostraram ter baixado ou até desaparecido, porém a partir do ano de 2003, a infecção voltou a ser observada pelos médicos veterinários. A prevenção desta parasitose é efetuada por fármacos do grupo das lactonas macrocíclicas. Entretanto, desde meados da década de 2000, há relatos de ocorrência de resistência de D. immitis a estas moléculas, que estão sendo correlacionadas a alterações genéticas no parasito. Assim, o estudo teve como objetivos atualizar e verificar a influência das condições ambientais e socioculturais na ocorrência da infecção canina em cinco localidades do estado do Rio de Janeiro, confirmar a eficácia preventiva da infecção pelo uso das lactonas macrocíclicas e pesquisar polimorfismos pontuais nos genes glicoproteína-P e da ßtubulina em linhagens de D. immitis do estado do Rio de Janeiro. Para atualizar a frequência da infecção canina e verificar a influência das condições ambientais e socioculturais na transmissão da infecção canina, animais de cinco localidades ao longo e uma linha imaginária de 60km, iniciando-se na costa e terminando na serra do mar do estado do Rio de Janeiro, tiveram amostras de sangue examinadas quanto à presença de microfilárias e de antígenos de parasitos adultos. Para estudar a eficiência dos fármacos do grupo das lactonas macrocíclicas na prevenção da infecção, cães amicrofilarêmicos e sem antigenemia foram submetidos ao tratamento preventivo com moxidectina (2,5 a 6,25mg/kg) + imidacloprida ou selamectina (6mg/kg) tópicas e acompanhados por onze meses. E para pesquisar polimorfismos pontuais nos genes glicoproteína-P e da ß-tubulina em linhagens de D. immitis do estado do Rio de Janeiro, foram obtidas microfilárias de cães naturalmente infectados e expostas aos fármacos. As microfilárias foram avaliadas quanto aos marcadores de resistência conhecidos, polimorfismos pontuais nos genes glicoproteína-P e da ß-tubulina. A ocorrência da infecção foi maior nas duas localidades costeiras, quando comparadas às localidades distantes da costa e próximas à serra. Na baixada litorânea, entre a costa e a região de maior altitude, não foi encontrado nenhum animal infectado. A moxidectina (2,5 a 6,25mg/kg) + imidacloprida tópica mostrou-se 100% eficaz na prevenção de novas infecções enquanto a selamectina (6mg/kg) tópica teve eficácia de 71,4%. Foram detectados polimorfismos pontuais no gene da ß-tubulina, mas não foram detectados no gene da glicoproteína-P das microfilárias. Portanto, pode-se dizer que a infecção canina por D. immitis voltou a ser frequente no estado do Rio de Janeiro, que moxidectina (2,5 a 6,25mg/kg) + imidacloprida foi eficiente na prevenção e, que há circulação de D. immitis portadoras de polimorfismos pontuais no gene da ß-tubulina no Estado, indicando a possibilidade de haver populações do parasito resistentes às lactonas macrocíclicas.