Modificações na alimentação em cuidados paliativos oncológicos: valores e crenças dos pacientes, de seus cuidadores e profissionais de saúde envolvidos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Santos, Christiane Gouvêa dos
Orientador(a): Schramm, Fermin Roland
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/55342
Resumo: A presente pesquisa analisou os conflitos bioéticos vivenciados pelos profissionais de saúde, pelos cuidadores e pelos pacientes devido às modificações na alimentação de pacientes disfágicos em cuidados paliativos (CP), em um hospital de referência em oncologia, bem como os valores e crenças relacionados à alimentação oral. Seus objetivos foram: analisar os conflitos bioéticos vivenciados pelos agentes e pacientes morais em relação às dificuldades de deglutição de pacientes oncológicos em cuidados paliativos; descrever, na visão de cada grupo de participantes, os sentidos e o significado da alimentação frente às modificações alimentares vivenciadas por pacientes em cuidados paliativos; descrever como cada grupo de participantes vê o processo de tomada de decisão relativa às disfagias vivenciadas pelos pacientes. Trata-se de uma pesquisa qualitativa com análise bioética. O presente estudo buscou conhecer os discursos de profissionais de saúde, dos cuidadores e dos próprios pacientes, sobre as modificações alimentares de pacientes disfágicos em cuidados paliativos, a partir de suas crenças e valores relacionados à alimentação, bem como identificar os possíveis conflitos éticos advindos dessa temática e como a bioética se propõe a auxiliar nas resoluções desses conflitos. Foram criadas três dimensões temáticas a partir das entrevistas: valores e crenças relacionadas à alimentação oral, tomada de decisão nas disfagias e conflitos bioéticos nas disfagias em cuidados paliativos; a partir dessas dimensões foram criadas categorias pertinentes a cada uma dessas dimensões. Os resultados das entrevistas foram bastante enriquecedores e surpreendentes, uma vez que cada grupo apresentou diferentes visões sobre as dimensões temáticas, possibilitando entender como cada participante percebe e lida com a alimentação, externalizando seus anseios, crenças e valores do alimentar diante da proximidade da morte. A partir dos resultados e das discussões fomentadas com o presente estudo, pode-se concluir que seja possível uma reflexão acerca da atuação dos profissionais de saúde diante da complexidade que a alimentação oral apresenta em pacientes disfágicos, possibilitando uma atuação pautada no respeito à autonomia do paciente, na tomada de decisão compartilhada em relação às escolhas e modificações alimentares, e, assim, possibilitar a compreensão dos diversos conflitos éticos, a partir das ferramentas da bioética, surgidos nesse cuidado e o impacto que as alterações de deglutição, vivenciadas por esses pacientes e por seus cuidadores, possam acarretar à qualidade de vida do paciente em cuidados paliativos oncológicos, buscando sempre melhorá-la.