Idosos com doenças oncológicas e bioética de proteção: uma oportunidade para a integração dos cuidados paliativos em cuidados intensivos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Guimarães, Márcio Niemeyer Martins de Queiroz
Orientador(a): Schramm, Fermin Roland, Carvalho, Ricardo Tavares de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/31152
Resumo: O crescente envelhecimento mundial é consequente ao aumento da expectativa de vida especialmente nas pessoas de idade mais avançada, tendo expandido o número de idosos com doenças crônicas, em especial doenças oncológicas, com risco de perda da funcionalidade pelos eventos de crise nas trajetórias de doença, e que em algum momento pode necessitar de cuidados que unidades de tratamento intensivo. Muitos tornam-se doentes crônicos críticos, que demandam tratamentos e cuidados especializados, apresentam-se como um desafio à prática médica, pela multidimensionalidade das questões bioéticas implicadas, ressaltando-se o risco da perda de sua autonomia, a vulnerabilidade e a suscetibilidade intrínsecas nestas condições, e a ameaça à dignidade com comprometimento da qualidade de vida decorrente dos efeitos do paradigma biotecnocientífico apoiados pelo binômio biopolítica-biopoder que caracteriza a medicina contemporânea. Nesse cenário, o presente estudo procede de uma investigação ampla descrevendo sobre a evolução da ciência e da biomedicina, caracterizada na técnica dos cuidados intensivos e suas ameaças de obstinação pelas possibilidades terapêuticas contemporâneas, as demandas não atendidas de cuidados paliativos (CP) para as pessoas idosas com doença crônica crítica – a necessidade de proteção em uma perspectiva bioética no fim de vida – e a oportunidade para integração dos cuidados em saúde. A equipe médica tem pouca consciência da importância das questões bioéticas envolvidas, da necessidade de fortalecer seus conceitos e de embasar a reflexão sobre a conflitualidade moral implícita em suas práticas assistenciais aos idosos, especialmente no fim da vida. O curso metodológico inicia-se pela pesquisa qualitativa, teórica-conceitual, promovendo uma reflexão entre fatos biomédicos e referenciais bioéticos, seguido de um estudo observacional de coorte na UTI, caracterizando a demanda por cuidados paliativos, e uma revisão sistemática de literatura sobre cuidados paliativos integrados em cuidados intensivos. Discutimos o exercício da autonomia pelos idosos com câncer na UTI e as questões do paradigma biotecnocientífico e biopolítico da assistência à saúde; a vulnerabilidade e a dignidade como princípios orientadores para a oferta de cuidados paliativos, a demanda por estes e a necessidade de proteção dos idosos com doenças críticas crônicas; assim como a questão da integração precoce dos CP, especialmente nos cuidados na UTI. Concluimos o estudo, propondo uma articulação entre Bioética de Proteção e Cuidados Paliativos, no intuito de ampliação das possibilidades médico-sanitárias em que profissionais bem qualificados possam assistir e orientar idosos e familiares a refletir sobre saúde e doença, autonomia e incapacidade, vulnerabilidade e ‘vulneração’, de acordo com seus valores e preferências para o fim de vida.