Diretivas antecipadas de vontade do paciente oncológico em tratamento paliativo : prevalência, perfil epidemiológico e desfechos associados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Buiar, Pedro Grachinski
Orientador(a): Goldim, José Roberto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/188867
Resumo: Base Teórica. O avanço dos recursos terapêuticos contra o câncer tem prolongado a sobrevida com ganho em qualidade de vida, porém acarreta um aumento de pacientes que em algum momento da evolução de sua doença irão se deparar com a progressão e incurabilidade da neoplasia. Um questionamento que surge é a preparação destes pacientes e da equipe médica para esta etapa. Neste contexto, entram em cena os cuidados paliativos e o plano antecipado de cuidados. Apesar de bem descrito na literatura norte-americana, este conceito é pouco utilizado no Brasil. Partes essenciais deste planejamento incluem um levantamento prognóstico adequado, a revelação ao paciente, a elaboração de diretivas antecipadas de vontade e o correto registro destas no prontuário. Diretivas antecipadas de vontade (DAV) são pouco estudadas e descritas na literatura brasileira sob a ótica vivenciada pelos médicos que se deparam com o cuidado do paciente ontológico terminal. Objetivo. Este estudo busca estimar a prevalência de diretivas antecipadas de vontade e sua correlação com possíveis fatores causais e desfechos em pacientes oncológicos em tratamento paliativo. Métodos. Coorte histórico-retrospectivos englobando 321 pacientes oncológicos paliativos acompanhados pelo Serviço de Oncologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. O início do seguimento dos participantes da coorte se deu a partir do diagnostico de doença incurável e início de cuidados paliativos. Foi realizada análise comparativa entre os grupos com e sem Diretivas Antecipadas de Vontade, registradas em prontuário eletrônico, quanto a possíveis fatores causais e desfechos. Resultados. A taxa de prevalência de Diretivas Antecipadas de Vontade nos pacientes em tratamento paliativo atingiu 22,7%. Foi verificada uma associação significativa entre o registro de Diretivas Antecipadas de Vontade e a suspensão do tratamento anti-neoplásico, denominada de “Best SupportiveCare”,em pacientes ambulatoriais comparativamente aos pacientes internados (RR 1.88; 95% IC 1,019-3,496 p=0,043). A presença de Diretivas Antecipadas de Vontade não alterou desfechos relacionados ao local de óbito, às suas causas, às intervenções e medidas adotadas. Conclusão. A taxa de prevalência de DAV neste estudo foi inferior a descrita na literatura norte-americana. A associação entre o registro de DAV e a suspensão da terapêutica antitumoral verificada nos pacientes ambulatoriais ressalta a importância deste local e momento apropriado para a discussão de planos de cuidado. Isto ganha ainda maior importância com a tendência atual,gerada pelos tratamentos oncológicos, de ampliação da sobrevida dos pacientes.