Leishmaniose Tegumentar Americana em Governador Valadares (Minas Gerais, Brasil): estudo de reservatórios e vetores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Silva, Fabiana de Oliveira Lara e
Orientador(a): Dias, Edelberto Santos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34539
Resumo: No município de Governador Valadares (MG), área endêmica para leishmaniose tegumentar americana (LTA), foi realizado estudo objetivando conhecer os aspectos ecoepidemiológicos (vetores e possíveis reservatórios) envolvidos na transmissão da doença. Para o levantamento entomológico e identificação de repasto sanguíneo foram realizadas capturas de flebotomíneos nos bairros: Village da Serra, Vila Parque Ibituruna, Vila Isa e Elvamar, no período de 01 a 12/2008. O repasto foi identificado através da reação de precipitina. Para o estudo de infecção natural de flebotomíneos, foram selecionados bairros onde foram registrados casos humanos de LTA; as capturas foram feitas em meses dos anos de 2009 e 2010. Para as capturas sistemáticas e não-sistemáticas, foram utilizadas armadilhas luminosas HP, tanto no peri como no intradomicílio. A correlação entre pluviosidade, umidade relativa do ar e temperatura e o número de flebotomíneos foi realizada no ano de 2008. A captura de pequenos mamíferos para levantamento da fauna e detecção de infecção natural foi feita em meses dos anos de 2008 e 2010, utilizando 40 armadilhas em dois pontos por bairro. A detecção de DNA de Leishmania spp. e identificação da espécie do parasito nos flebotomíneos e em amostras de tecido e sangue de mamíferos foi realizada através da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) e sequenciamento de DNA, respectivamente. Os resultados mostraram que a fauna de flebotomíneos é diversificada, com presença de 12 espécies (2 do gênero Brumptomyia e 10 do gênero Lutzomyia) . Exemplares de interesse epidemiológico foram encontrados, com predominância de Lutzomyia intermedia (29,9%). Foram capturados 65% das espécies no peri e 35% no intradomicílio. A maioria dos flebotomíneos foram ecléticos quanto ao padrão alimentar, se alimentando preferencialmente em aves (35,8%). A análise dos fatores climáticos demonstrou correlação significativa entre pluviosidade e umidade, e o número de flebotomíneos. Foram capturados 32 exemplares de mamíferos (23 roedores e 9 marsupiais). As análises moleculares mostraram infecção natural por Leishmania chagasi em 2 “pools” de L. longipalpis e no sangue de 1 exemplar de Rattus norvegicus. Estes dados, aliados à presença do vetor competente da LTA, L. intermedia em elevada densidade, e os estudos das variáveis climáticas, alertam para a necessidade de vigilância epidemiológica e aplicação de medidas de controle tanto para LTA como para LVA.