Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Silva, Alexandre Moreira de Melo |
Orientador(a): |
Costa, Maria Fernanda Furtado de Lima |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/51014
|
Resumo: |
O envelhecimento populacional impõe inúmeros desafios à sociedade brasileira, entre os quais destacam-se o planejamento e a organização dos serviços de saúde. O presente trabalho situa-se no campo de pesquisa sobre o uso de serviços de saúde por idosos. O primeiro artigo objetivou examinar os fatores associados à ocorrência e à frequência de hospitalizações entre adultos mais velhos. O segundo artigo teve por objetivo examinar a associação entre a fragilidade e a percepção de problemas em indicadores de atributos da Atenção Primária à Saúde (APS) entre idosos brasileiros. Trata-se de dois estudos transversais baseados em dados da primeira onda do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil), realizada entre 2015 e 2016. A primeira análise contou com 9.389 participantes com 50 anos ou mais e a segunda com 5.432 participantes com 60 anos ou mais. No primeiro artigo a variável dependente foi a ocorrência de hospitalização no último ano, já as variáveis independentes foram escolhidas tendo o modelo de Andersen e Newman como referência e envolveu fatores predisponentes, facilitadores e de necessidades para o uso de serviços de saúde. Após ajustes por potenciais variáveis de confusão, modelos de regressão Hurdle evidenciaram associações estatisticamente significantes (p<0,05) para fatores de necessidade (história de diagnóstico médico para doenças crônicas e limitação para realizar atividades básicas de vida diária - ABVDs) e para fatores facilitadores (residência em zona rural e nas regiões Norte e Centro-Oeste do país). Análises de riscos atribuíveis populacionais (RAPs) mostraram uma hierarquização dos fatores de necessidade para a ocorrência de hospitalizações, com maiores contribuições do acidente vascular cerebral (RAP=10,7%) e da doença cardiovascular (RAP=10,0%), seguidos do câncer (RAP=8,9%), da limitação para realizar ABVDs (RAP=6,8%), da depressão (RAP=5,5%), do diabetes (RAP=4,4%) e da hipertensão arterial (RAP=2,2%). O segundo artigo utilizou indicadores de atributos da APS como variáveis dependentes e a fragilidade como variável independente. Acesso, longitudinalidade, coordenação, integralidade, orientação familiar e competência cultural foram os atributos avaliados. Utilizou-se modelos de regressão logística ajustados por fatores predisponentes, facilitadores e de necessidade para uso de serviços de saúde para análise dos dados. Idosos frágeis e pré-frágeis representaram 13,4% e 54,5% da amostra, respectivamente. Resultados da análise multivariada mostraram que idosos frágeis em comparação com robustos tiveram mais chances de apontarem problemas de acesso (OR=1,45; IC95%1,08-1,93), longitudinalidade (OR=1,54; IC95%1,19-2,00) e integralidade (OR=1,45; IC95% 1,14-1,85), além de maior número de problemas em atributos da APS (OR=1,38; IC95% 1,05-1,82; para 5 ou mais problemas). Os resultados do primeiro artigo mostram que quatro entre as principais doenças associadas às hospitalizações (acidente vascular cerebral, doença cardiovascular, diabetes e hipertensão arterial) fazem parte da lista brasileira de internações por condições sensíveis à APS. Os resultados do segundo artigo, por sua vez, sugerem a ocorrência de iniquidades na assistência prestada pela APS brasileira a idosos frágeis, particularmente no âmbito dos atributos acesso, longitudinalidade e integralidade. Há, portanto, uma janela de oportunidades para a redução de hospitalizações desnecessárias entre adultos brasileiros mais velhos e para prover melhor assistência aos idosos frágeis por meio de ações efetivas da APS. |