A mobilidade corporal da população rural idosa do Rio Grande do Sul e os riscos de internação hospitalar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Trindade, Jorge Luiz de Andrade
Orientador(a): Dias, Alexandre Simões
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/185798
Resumo: Em termos de atenção à saúde é reconhecido que a parcela da população que mais utiliza de serviços especializados, como internações hospitalares, são os indivíduos com mais de 60 anos de idade. No Rio Grande do Sul (RS), a maior concentração de idosos se encontra nos municípios pequenos, com menos de 10 mil habitantes e com atividades econômicas relacionadas à produção agrícola. E pouco se sabe sobre essa população, principalmente do idoso aposentado rural, seus riscos de fragilização, sua condição de saúde-doença e utilização de serviços de saúde. Este estudo, então, propôs-se a avaliar a mobilidade corporal da população rural idosa e os riscos de internação hospitalar em diferentes regiões do estado do RS. Para tanto, foi realizada uma pesquisa exploratória de base populacional e delineamento ecológico e transversal. A construção do processo investigatório se deu em 3 etapas. A primeira consistiu em uma pesquisa direta com 604 trabalhadores rurais aposentados e com mais de 60 anos de idade, residentes em diferentes regiões do estado, em que, foram avaliadas a mobilidade funcional através do Timed Up and Go test, a fragilidade referida e a Probabilidade de Internações Repetidas (PIR), através de teste e instrumentos validados para o Brasil. Na segunda parte, foram investigadas as Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária (ICSAP) de pessoas com mais de 60 anos de idade residentes no RS, no ano de 2015, através do departamento de informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS). Na terceira etapa da pesquisa, foram estabelecidas relações entre ICSAP, PIR, Fragilidade e mobilidade da população idosa rural do estado, considerando a idade, sexo e local ou região de residência. O estudo resultou em 6 artigos: o primeiro, uma revisão da literatura sobre a população rural idosa do RS; o segundo, assim como o terceiro e quarto, foram produtos da primeira etapa do estudo, que resultaram nos títulos Síndrome de fragilidade em idosos rurais no estado do RS, Risco de internação hospitalar em trabalhadores rurais idosos no estado do Rio Grande do Sul e Mobilidade funcional e a fragilidade de idosos agricultores do RS; o quinto artigo é sobre Internações por condições sensíveis à atenção primária de idosos no Rio Grande do Sul e é resultado da segunda etapa da pesquisa; o último artigo, Risco de hospitalização e mobilidade de idosos rurais no Rio Grande do Sul, corresponde à última etapa do estudo, que estabelece relações entre ICSAP no estado, a PIR, a fragilidade referida e a mobilidade da população idosa rural. O processo de investigação, bem como os desfechos, identifica uma população de idosos trabalhadores rurais, jovens em franca atividade, homens em sua maioria, que percebem a sua saúde como frágil e mantêm um baixo risco de internação. O estudo nos mostrou uma relação entre fragilidade, mobilidade funcional e ICSAP compatível com riscos de internação de idosos no estado. Também identificou algumas particularidades em relação a questões de saúde-doença da população rural idosa gaúcha, que sugerem a necessidade de incremento da atenção primária à saúde do trabalhador do campo. No entanto, há necessidade de se promover outras pesquisas com essa população, considerando as suas características culturais, sociais e demandas de políticas sociais adequadas a uma manutenção de qualidade de vida, visto que a área oferece obstáculos em relação a serviços públicos e outros inerentes à condição do envelhecimento no campo.