Associação da Leishmaniose Tegumentar Americana com variáveis meteorológicas no município do Rio de Janeiro de 1996 até 2008

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Sousa, Ervylene Trevenzoli de
Orientador(a): Périssé, André Reynaldo Santos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24537
Resumo: As leishmanioses estão entre as doenças emergentes que preocupam o mundo. São subdividida, nas Américas em: Leishmaniose Visceral Americana (LVA) e Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA). Entre 1990 e 2008, foram notificados no Brasil 528.180 casos de LTA. Entre todas as doenças que poderão ser influenciadas pelo clima, as que são transmitidas por vetores são as mais afetadas. Essas alterações no ambiente podem favorecer, ou não, a proliferação do vetor da Leishmania e, consequentemente a quantificação da doença, alterando o seu ciclo e afetando o Homem. O presente estudo buscou correlacionar algumas variáveis referentes à ecologia da LTA, como dados climáticos e do vetor transmissor. Avaliando a associação de variáveis metereológicas com o número de casos notificados de LTA no município do Rio de Janeiro de 1996 até 2008, agrupados por mês do ano. Nos anos de 2003 até 2005, foram agrupados os dados de vetor. Além da correlação de Pearson, foi utilizada a técnica de Modelos Estruturais para Série Temporais, a fim de avaliar as componentes da série do número de casos e também a significância das variáveis climáticas que explicariam esse número de casos. Analisou-se essa relação através do software Structural Time Series Analyser, Modeller and Predictor (Stamp). Com o modelo foi realizado a previsão da tendência dos números de casos utilizando as variáveis climáticas pelos próximos três anos, ou seja, nos anos de 2009, 2010 e 2011. No período de 1996 a 2008, a média de número de casos de LTA foi de 6,61casos. Na correlação entre a taxa de incidência e a média anual de número de casos de LTA, notificados com as variáveis climáticas, não foi encontrada correlação significativa. Já correlação com o número de casos notificados mensalmente com as variáveis climáticas, observamos uma correlação positiva (r2 =0,182; p-valor=0,024)), significativa com a temperatura máxima, e com temperatura mínima (r2 =0,208;pvalor=0,010) significativa ao nível de 5% de significância. Na correlação da quantidade de L. intermedia e as variáveis climáticas encontrou-se uma correlação negativa significativa, considerando um nível de significância de 5%, inversamente proporcional com a temperatura máxima (R2 =- 0,372) p=0,04, com a temperatura mínima (R2 =- 0,420) p= 0,02, com a precipitação (R2 =-0,431) p=0,015 e com o dia de chuva (R2 =- 0,525) p= 0,002. No modelo de série temporal as variáveis que apresentaram significância estatística foram precipitação e dias de precipitação, sendo somente estas utilizadas para prever a tendência de casos. No estudo da tendência, dos casos de LTA para os anos de 2009, 2010 e 2011, observou-se um aumento no número de casos de LTA. O que nos define a existência de uma relação do clima com a produção de casos de LTA, porém, não temos como dizer o quanto essa relação é importante e o quanto as outras variáveis podem influenciar nessa relação. Encontramos correlações significativas entre as variáveis climáticas e casos de LTA possibilitando assim, um aumento no número de casos de LTA em função da variabilidade do clima, o que poderia causar um problema de saúde pública. As evidências apresentadas são apenas uma primeira referência para nortear o caminho do planejamento de novos estudos, e salientamos que a previsão não constitui um fim em si, mas apenas um meio de fornecer informações para futuras decisões.