Morfologia do complexo Nyssomyia intermedia (Diptera: Psychodidae: Phlebotominae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Andrade Filho, José Dilermando
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6132/tde-12122023-181925/
Resumo: As duas espécies do complexo Nyssomyia intermedia, N. intermedia s. s. e N. neivai, vem sendo apontadas como importantes vetoras de leishmaniose tegumentar americana em ampla área do cone sul da América do Sul e, em algumas delas, ocorrem em simpatria. Morfologicamente são muito próximas. Este trabalho teve como objetivo estudar a morfologia de adultos das espécies N. intermedia (Lutz & Neiva, 1912) e N. neivai (pinto, 1926), na busca de caracteres que permitissem a distinção dos táxons e também o estudo de sua distribuição geográfica e importância na veiculação de leishmanioses, biologia, polimorfismo intrapopulacional e variação interpopulacional e interespecífica. Foram analisados espécimes de ambas, provenientes de coleções científicas e de capturas realizadas em algumas regiões dos Estados de Minas Gerais e de São Paulo. As estruturas morfológicas da cabeça, tórax e abdômen de adultos das espécies envolvidas foram estudadas ao microscópio óptico, e após a correta identificação das duas espécies foi atualizada sua distribuição geográfica, levando-se em conta também os dados bibliográficos. Tentou-se associar essa distribuição com os casos de leishmaniose tegumentar. Para o estudo da biologia, as fêmeas provenientes do campo: Além Paraíba, Minas Gerais para N. intermedia e Lassance, Minas Gerais para N. neivai, foram individualizadas e anotados todos os dados referentes ao desenvolvimento de cada estádio imaturo. Para a análise do polimorfismo inter e intraespecífico, foram analisados o número de dentes horizontais do cibário, forma da cabeça da espermateca e números de anéis nas espermatecas, formando-se cinco populações para cada uma das espécies. O estudo morfológico mostrou ser possível separar as duas espécies, os machos por meio da ponta do filamento genital, que é em forma de concha em N. intermedia e em forma de colher em N. neivai. As fêmeas foram separadas por características das espermatecas, como número de anéis, forma da cabeça da espermateca e comprimento dos dutos individuais e comum das espermatecas. Exceto para a forma da cabeça da espermateca de N. neivai, todas as demais populações mostraram-se altamente polimórficas em todas as estruturas analisadas. O estudo biológico mostrou que o ciclo de N. neivai é mais longo que o de N. intermedia, principalmente em L2 e L3. As duas espécies ocorrem em simpatria nos Estados de Minas Gerais e São Paulo, sendo que no Brasil, ambas estão presentes nas Regiões Norte, Centro-Oeste, Sudeste e Sul e apenas N. intermedia, na Região Nordeste. N. neivai também está presente na Bolívia, Argentina e Paraguai. Na região Sudeste e Sul, as duas são as principais suspeitas de transmitir leishmaniose e N. neivai, também parece desempenhar esse papel na Argentina e Paraguai. Em suma, o estudo possibilitou identificar que, apesar de altamente polimórficas ambas as espécies, é possível distinguí-las, mesmo em áreas onde ocorrem em simpatria.