Imigração e assimilação nos estudos sociológicos de Hiroschi Saito (1947-1964)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Cotrim, Aline de Sá
Orientador(a): Maio, Marcos Chor
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24014
Resumo: Esta dissertação tem por objetivo analisar parte da produção sociológica de Hiroshi Saito (1919-1983), publicada entre 1947 e 1964, período em que o estudioso manteve vínculo com a Escola Livre de Sociologia e Política de São Paulo (ELSP) e se ocupou da imigração japonesa no Brasil. A instituição, à época, contava com professores estrangeiros que faziam pesquisas empíricas com métodos e conceitos importados durante o processo de institucionalização das Ciências Sociais no Brasil, como Donald Pierson, orientador de Saito, e Emilio Willems. Este último realizou pesquisas sobre imigrantes, inclusive japoneses, utilizando, entre outros, o conceito de assimilação, que traduz o processo de inserção do imigrante na sociedade local. A partir do contato com Willems, Saito passa a encarar a assimilação como princípio basilar dos seus principais estudos, entendendo que o resultado deste processo seria a adoção de características tanto da cultura de origem como da brasileira. Parte dos seus estudos foi financiada pela UNESCO, ao longo da década de 1950, quando se objetivava identificar possíveis situações de conflito étnico-raciais no processo de assimilação, a fim de evitar que eles tomassem proporções como os da Segunda Guerra Mundial. Neste momento, os imigrantes japoneses no Brasil se destacam por conta dos conflitos internos na comunidade, que ainda tinham repercussão mesmo após a derrota do Japão na guerra. São estes enfrentamentos, inclusive, foco das pesquisas de cientistas sociais importantes, tais como o também japonês Seiichi Izumi, de quem Saito foi assistente de pesquisa. A análise da produção intelectual de Saito, que compreende livros e artigos, bem como a consideração de suas correspondências pessoais, entre outras fontes, mostra que a influência dos professores da ELSP, das pesquisas da UNESCO e de Izumi condiciona a sua produção sociológica. Através dela acompanhamos tanto o crescimento acadêmico de Saito como as mudanças relacionadas aos imigrantes japoneses no país, havendo uma preocupação constante em mostrar os processos de interação com a sociedade local, os conflitos e os benefícios da sua presença para o desenvolvimento do Brasil.