Ocorrência de helmintos intestinais em cães soropositivos para Leishmania (Leishmania) infantum: associação com sinais clínicos, alterações hematológicas e histológicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Azevedo, Lucas Vinícius de Souza
Orientador(a): Menezes, Rodrigo Caldas
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/49267
Resumo: A leishmaniose visceral zoonótica (LVZ), possui ampla distribuição mundial e os cães infectados são considerados reservatórios de infecção. A associação de helmintos intestinais com formas mais graves da LVZ em cães é pouco conhecida. Portanto, os objetivos desse estudo foram avaliar a ocorrência de helmintos intestinais em cães sorologicamente positivos para Leishmania (Leishmania) infantum e comparar os sinais clínicos, alterações hematológicas e histológicas dos cães coinfectados por helmintos intestinais com a dos monoinfectados por L. (L.) infantum. Foi estudada uma amostra de conveniência de 41 cães soropositivos para L. (L.) infantum. Foram feitos exames clínicos, hematológicos, eutanásia e necropsia destes cães. Na necropsia, o conteúdo dos intestinos (grosso e delgado) foi examinado. Os helmintos foram fixados, contados e identificados. Amostras de fezes foram coletadas para exames coproparasitológicos. Fragmentos de jejuno e ceco foram coletados para realização das técnicas de histopatologia e imuno-histoquímica (IHQ). Foi observada frequência de positividade de 53,6% de helmintos. No grupo dos cães coinfectados por helmintos a frequência de helmintoses foi de 63,3%, 59,1%, 36,4% e 13,6% para as espécies Ancylostoma spp., Dipylidium caninum, Trichuris vulpis e Toxocara canis, respectivamente. No grupo monoinfectado, as frequências de cães com muitos sinais clínicos, poucos sinais clínicos e sem sinais clínicos foram, respectivamente, 52,6%, 36,8% e 10,5% No grupo coinfectado, as frequências de cães com muitos sinais clínicos, poucos sinais clínicos e sem sinais clínicos foram, respectivamente, 77,2%, 18,1% e 4,5%. Nos cães coinfectados, a anemia normocítica normocrômica foi observada em 63,3%, linfopenia em 41,0%, leucopenia e monocitose em 18,2%. Nos cães monoinfectados, as alterações foram anemia normocítica normocrômica (53,0%), linfopenia (47,3%) e neutrofilia (15,3%). A frequência de inflamação intestinal no grupo dos coinfectados foi de 69% e no grupo dos monoinfectados foi de 31% (p valor= 0,002). No grupo dos cães monoinfectados, a frequência de detecção de formas amastigotas de Leishmania spp. na IHQ foi de 52,6% e no grupo dos cães coinfectados foi de 63,6%. A maior frequência de sinais clínicos, anemia e alterações histológicas nos cães coinfectados sugerem que a coinfecção por helmintos intestinais contribui para o agravamento da LVZ em cães, havendo um potencial risco de transmissão zoonótica dessa infecção e de algumas helmintoses.